Não é tão difícil cair em fake news, e o responsável por isso é o seu cérebro

As pessoas tendem a acreditar no que é mais confortável e, por isso, buscam notícias que confirmem a própria visão do mundo; o problema é que informações falsas podem causar problemas verdadeiros

  • Por Camila Magalhães
  • 18/03/2021 09h00
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Imagem de memyselfaneye por Pixabay Homem usa tablet em que está escrita a mensagem "fake news" Pessoas produzem fake news para obter fama, popularidade ou vantagens políticas

Com certeza você conhece alguém que caiu em fake news. E, quando isso aconteceu, provavelmente você pensou: “Como que essa pessoa acreditou nisso? É óbvio que essa informação não é verdadeira!”. É difícil admitir, mas as chances de você também já ter caído são grandes. Mas o que nos faz acreditar nas notícias falsas? O nosso cérebro. Um dos “mecanismos” que ele usa para dar significado às coisas é procurar informações que confirmem nossa visão do mundo. Quando nos deparamos com algum fato que nos faz questionar algo em que acreditamos, é comum ficarmos angustiados. E é deste sentimento que o cérebro tenta nos “poupar”.

Para evitar este incômodo, o cérebro pode até distorcer alguns fatos. Em outras palavras, a gente tem uma tendência a acreditar no que é confortável pra nós. E o que nos faz compartilhar fake news? Um estudo mostrou que as pessoas não somente utilizam aquela notícia, mesmo quando duvidosa, para confirmar suas crenças, como também para convencer os outros e obter destaque no seu grupo. Esse comportamento teria sido desenvolvido na evolução humana para conseguirmos vantagens sociais ou a cooperação.

Diversos motivos levam as pessoas a fabricar fake news. Por exemplo: interesses políticos, ficar famoso ou até mesmo render likes em perfis nas redes sociais. O problema é que, atualmente, somos “bombardeados” com um volume muito grande de informações, e é cada vez mais difícil ter tempo para separar o que é verdadeiro do que é falso. Vale dizer que as consequências das notícias falsas são bem reais e já estão aparecendo. Na área da saúde, por exemplo, as fake news sobre as vacinas causaram a volta de doenças que já estavam erradicadas há anos, como a poliomielite. Isso é muito sério! Por isso, é importante estarmos sempre atentos e questionarmos tudo o que a gente lê e ouve, verificar a fonte, a data e o contexto das notícias!

Quando o assunto for saúde, vale desconfiar das informações que chegarem via grupos de WhatsApp e outras redes sociais. Às vezes, soluções simples — e a internet está cheia delas — podem ser confortáveis no presente, mas trazer complicações futuras. O mundo contemporâneo está repleto de informações que, quando bem utilizadas, podem ser muito interessantes para o nosso pensamento crítico, para o diálogo, para a aceitação de pensamentos diferentes ao nosso e para nossa evolução. Entretanto, a gente precisa se esforçar pra fazer um bom uso desse mundo de informações! Se quiser sugerir algum tema, escreva para mim: dracamila@jovempan.com.br ou no Instagram @dra.camilamagalhaes. Até a próxima!

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