O desejo diminui com o passar do tempo? Confira as verdades e os mitos sobre o sexo na terceira idade
Mudanças na aparência, como ficar com a pele enrugada, careca ou grisalho, podem mexer com a autoestima e levar a um impacto direto no apetite sexual
O envelhecimento é um processo temido por algumas pessoas e aguardado por outras. Do ponto de vista social, envelhecer pode ser associado a poder descansar mais e curtir a vida. Por outro lado, as mudanças no corpo, especialmente em relação à sexualidade, não são encaradas de forma tão positiva. O desejo sexual e o prazer dependem tanto de aspectos psicológicos quanto fisiológicos. As mudanças na aparência – ficar com a pele enrugada, careca ou grisalho – são as mais evidentes e podem mexer com a autoestima, levando a um impacto direto no apetite sexual.
Já as alterações fisiológicas, como a oscilação hormonal, o tônus muscular e a circulação do sangue, têm impacto no prazer e no desempenho. Vale lembrar que o corpo feminino e o masculino “processam” estímulos sexuais de formas bem diferentes… E isso está relacionado a questões hormonais e culturais. Na menopausa, a ação dos hormônios femininos estrogênio e progesterona pode ter efeitos colaterais como alteração de humor e diminuição da lubrificação vaginal. Isso significa que tanto o desejo, quanto as condições para sentir prazer ficam abalados. Somado a isso, os estímulos sexuais externos diminuem, o que também interfere na libido.
Com os homens idosos, o problema está mais relacionado ao desempenho. Além de demorar mais tempo para conseguir uma ereção, aumentam as chances perdê-la antes da ejaculação. Por conta disso, muitos recorrem a medicamentos como o Viagra. Embora a autoestima sofra alguns abalos, o desejo sexual masculino tende a continuar o mesmo. Isso está relacionado a questões culturais, já que a atividade sexual dos homens idosos tende a ser mais aceita socialmente que a das mulheres.
Questões relacionadas à sexualidade são, de maneira geral, cercada de tabus. Mas, com o aumento da expectativa de vida, a população está envelhecendo e vivendo cada vez mais. É por isso que assuntos como a libido na terceira idade, o não-uso de preservativos — que tem aumentado as chances de contrair uma DST — e violência sexual no idoso indicam que o debate precisa ser ampliado. Precisamos levar em consideração as particularidades do corpo envelhecido, que os deixam mais vulneráveis a uma série de condições de saúde, como o uso de medicamentos que estimulam a ereção e que podem interagir com outros remédios, aumentando o risco de eventos cardiovasculares. Quando os cuidados necessários são tomados, ter uma vida sexual plena é muito saudável. E isso vale para todos! Tem alguma dúvida ou quer sugerir um tema? Escreva pra mim: @dra.camilamagalhaes.
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