Transtornos alimentares são sinal de alerta para outros problemas psicológicos
Aumento na incidência de compulsão alimentar, bulimia e anorexia está relacionado a fatores sociais como o padrão de beleza, além da predisposição individual
Na correria do cotidiano, muitas vezes somos obrigados a priorizar algumas necessidades, deixando outras de lado. Horas de sono e alimentação frequentemente são as primeiras a serem “sacrificadas”. Ao mesmo tempo, sofremos pressões para nos encaixarmos em padrões de beleza e comportamento. Embora a oferta de métodos para alcançar esses ideais seja cada vez maior – academias, dietas e tratamentos estéticos – a maioria das pessoas não tem tempo (e nem dinheiro) para isso. A forma como nos alimentamos está diretamente relacionada à nossa saúde física e mental. Mas isso tende a ser esquecido quando “pulamos” alguma refeição por estarmos atrasados ou para vestir aquela roupa que já está apertada.
O aumento na incidência de transtornos alimentares — como a compulsão alimentar, bulimia e anorexia — está relacionado a esses e outros fatores sociais, que são combinados à predisposição individual. Algumas pessoas são mais sensíveis às pressões estéticas ou têm dificuldades para controlar impulsos. A compulsão alimentar é caracterizada pelo comer exagerado acompanhado da falta de controle. Sabe quando você passa o dia todo sem comer e “ataca” a geladeira quando chega em casa? Em um episódio de compulsão alimentar, quando a pessoa começa a comer, não consegue parar mais. Ela pode nem estar mais com fome, mas vai continuar comendo. É essa falta de controle que caracteriza o episódio de compulsão.
É muito parecido com o que acontece com os alcoolistas, por exemplo. Depois dos episódios de compulsão, algumas pessoas recorrem a estratégias de compensação – como provocar vômitos e tomar laxantes – caracterizando um quadro chamado bulimia nervosa. Já nos casos de anorexia, a pessoa restringe sua alimentação pelo medo de engordar. Mesmo que seja magra, sua autoimagem é extremamente distorcida. Na angústia de alcançar o peso ideal – que na maioria das vezes é inadequado para seu biotipo – a pessoa recorre a dietas cada vez mais severas, que podem levar a quadros de desnutrição. Essa relação nada saudável com a comida é um sinal de alerta para outros transtornos mentais. Nesse ponto, vale refletir sobre nossas prioridades. Até que ponto somos capazes de arriscar nossa integridade física para estar dentro dos padrões? Às vezes é algo dentro de você que precisa ser mudado, não fora. Quer sugerir algum tema? Escreve para mim: dracamila@jovempan.com.br.
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