Capriles e López dizem que crise venezuelana começou em 14 de abril de 2013

  • Por Agencia EFE
  • 14/04/2014 15h04
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Caracas, 14 abr (EFE).- Ao completar nesta segunda-feira um ano do pleito ganho por uma estreita margem pelo agora presidente venezuelano Nicolás Maduro, os líderes opositores Henrique Caprilles e Leopoldo López concordaram que foi então quando começou a atual crise política nacional.

“Hoje se completa 1 ano de um dia histórico, de uma façanha, do que muitos nos diziam que era impossível, que não havia chance (oportunidade)”, escreveu em sua conta no Twitter Capriles, que foi candidato à presidência pela aliança opositora Mesa da Unidade (MUD) nas eleições de 14 de abril de 2013.

Em sua mensagem por conta do primeiro aniversário desses pleito, o hoje governador de Miranda reiterou que lhe “roubaram” o triunfo na apuração, mas destacou que desde esse dia a Venezuela “mudou sobre uma proposta inclusiva, um país onde todos somos todos”.

“A mudança chegou e está no coração de milhões de venezuelanos, e essa mudança jamais estará montada sobre a violência”, afirmou Capriles, que não reconhece Maduro como presidente legítimo e impugnou os resultados do pleito perante a justiça, sem sucesso.

Segundo a apuração oficial, Maduro se impôs sobre Capriles por pouco mais de 200 mil votos (menos de 1,5% do eleitorado), resultado desconhecido pela oposição e que deu passo a uma fase caracterizada por enfrentamentos políticos, agravados nos últimas semanas.

Por sua vez, o líder da Vontade Popular, um dos partidos que fazem parte da MUD, o preso Leopoldo López, se pronunciou também sobre o aniversário em sua conta no Twitter, que desde que está na prisão há quase dois meses é manuseada por sua esposa, Lilian Tintori.

“Há um ano se originou tudo o que está acontecendo na Venezuela. Maduro violou a vontade popular ao roubar as eleições!”, escreveu López.

O opositor fez referência à situação de crise política que vive o país desde 12 de fevereiro, quando uma manifestação pacífica convocada por ele, entre outros opositores, derivou em fatos de violência e enfrentamentos com as forças de segurança pública.

Esse dia terminou com três mortos, dezenas de feridos e detidos.

Hoje em dia o número aumentou para 41 falecidos e centenas de feridos e detidos, e a ameaça de um agravamento levou o governo e à MUD a iniciar na semana passada um diálogo direto, facilitado pela União de Nações do Sul (Unasul) e no qual também participa o Vaticano.

“Não só violaste a vontade popular, és incapaz de resolver os problemas mais graves dos venezuelanos. Tua ilegitimidade é completa”, acrescentou López dirigindo-se a Maduro.

“Não te bastou roubar as eleições, agora ordenas assassinar, reprimir, encarcerar e torturar venezuelanos para se manter no poder”, afirmou o político opositor preso desde 18 de fevereiro em uma prisão militar próxima a Caracas acusado das violência suscitada em 12 de fevereiro. EFE

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