Escolha do vice raramente ajuda, mas pode atrapalhar
Jair Bolsonaro escolheu o general Mourão para candidato a vice em sua chapa. A escolha é ruim. Muito ruim. Não por ser o escolhido um militar. O também tentado General Heleno, por exemplo, agregaria pouco eleitoralmente, mas é um homem com grandes serviços prestados ao país – inclusive humanitários. Mourão, por sua vez, notabilizou-se pelo discurso intervencionista.
Reforça, pois, a imagem antidemocrática de que Bolsonaro deveria se afastar, isso se quiser ampliar o eleitor ao qual fala – algo de que precisará, isso se quiser vencer. A escolha do vice raramente ajuda, mas pode atrapalhar. Parece o caso.
Dizem que a escolha do general Mourão para vice teria a intenção de melindrar articulações para um impeachment de Bolsonaro. É uma bobagem. Mas até mesmo a bobagem depende de algo: ganhar a eleição antes. Para tanto, Mourão atrapalha.
Parece-me evidente que, depois de Janaína Paschoal, o príncipe Luiz Phillipe era – sob qualquer aspecto – a melhor opção. Muito melhor que Magno Malta, a primeira opção e o primeiro a rejeitar o convite. Mas parece também evidente que Bolsonaro sempre preferiu um general para vice.
Seja como for, ouvinte bolsonarista, não fique triste com a decisão. Poderia ser pior. Relativize. Pense em Ciro Gomes. Ele terá Katia Abreu como vice.
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