Lázaro Ramos mostra desonestidade intelectual na Flip 2017
A versão 2017 da Flip terminou neste domingo (30). A escolha de Lima Barreto como homenageado foi um acerto e assegurou bons debates. Tanto quanto serviu de trampolim para oportunismos.
Lima Barreto, como sabido, era negro, e sua cor não raro valia como licença na Flip para que ele fosse modelado e apropriado pela militância. De alguma forma, foi como se sua literatura não bastasse e ele, precisasse ser reinventado e instrumentalizado pelos grupos de pressão para ser admitido pelo movimento, para ser legitimado não como escritor, nem como escritor negro, mas como negro simplesmente.
Neste sentido, nada houve de mais constrangedor do que a desonestidade intelectual do ator Lázaro Ramos ao afirmar que se Lima Barreto estivesse lá bradaria “Fora Temer”. Com que autoridade alguém pode fazer essa atribuição?
É como se o “Fora Temer” fosse uma obrigação de classe. Lima Barreto, porém, era um tipo de difícil classificação, singular.
E se for para especular, jamais iria a algo como a Flip, porque aí sim, com evidências em sua obra, ele desprezaria o tipo de elite que se reúne em Paraty anualmente.
Confira o comentário completo de Carlos Andreazza:
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