Rodrigo Maia é um personagem a ser estudado

  • Por Carlos Andreazza/Jovem Pan
  • 06/07/2018 08h09
Marcelo Camargo/Agência Brasil O que dizer de alguém que, sendo Rodrigo Maia, ainda assim se sente à vontade para se lançar candidato à Presidência da República?

Rodrigo Maia é mesmo um personagem a ser estudado. Daqui a 50 anos, quando quiserem analisar os anos do pós-impeachment, o período do governo Temer, os historiadores deverão dedicar especial atenção ao atual presidente da Câmara.

Entre tantos medíocres que nos governam, são raros os que, como Maia, conjugam tão brilhantemente espantosa falta de cultura política, assombrosa – eu diria delirante – ambição pessoal e impecável irresponsabilidade pública. O que dizer de alguém que, sendo Rodrigo Maia, ainda assim se sente à vontade para se lançar candidato à Presidência da República?

Sem nunca haver saído, com generosidade, da casa do 1% de intenção de votos em pesquisa, jamais levado a sério pelos jogadores do mundo real e, portanto, afinal obrigado a desistir da mais exemplar candidatura de si mesmo surgida no Brasil em muitos anos, ouça, ouvinte, porém, a desculpa, a ficção, que Maia encontrou, que criou, para justificar a impossibilidade de que alguém como ele prosperasse ainda que como modesto postulante à Presidência.

Atenção. Abramos aspas: “Quando explodiu a crise dos caminhoneiros, aliada à crise da Argentina, eu disse publicamente: minha posição como presidente da Câmara precisa prevalecer. Precisei priorizar a pauta da Câmara em detrimento da minha pré-candidatura”. Fechamos aspas.

Que tal? Rodrigo Maia – saiba, ouvinte – sacrificou-se por nós.

Obrigado, Rodrigo Maia. Ou deveria agradecer à greve dos caminhoneiros?

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