Seja quem for o candidato petista, Lula será
Sugiro não desmerecer as pesquisas eleitorais que apresentam, por exemplo, Fernando Haddad expressamente como o candidato de Lula, situação em que o ex-prefeito de São Paulo – na casa de 2% quando apregoado como representante do PT – alça voo instantâneo ao seleto clube dos dois dígitos.
Desqualificar essa simulação induzida sob o argumento de que condicionaria a opinião do entrevistado é se cegar para o que em nada mais consiste do que antecipação do ambiente real da campanha, conforme veremos a partir de agosto. Haddad é Lula, Haddad é Lula, Haddad é Lula – qualquer Jaques Wagner será.
Testar e estudar cenários em que um fulano petista seja identificado como o escolhido do ex-presidente é obviedade lastreada não apenas na experiência de eleições passadas (que exprimiram uma manifestação de popularidade), mas no movimento de guerrilha – de natureza plebiscitária – por meio do qual Lula ora capitaliza a politização de seu cárcere concentrando o discurso exclusivamente no terço do eleitorado que jamais lhe faltou, investimento seguro numa manifestação agora de resistência.
Não importa se apelo artificial. Artificial para quem? A mensagem é clara e se destina a receptor doméstico e domesticado: seja quem for o candidato petista, Lula será – e isso, essa associação quase religiosa, vendido com intensidade jamais vista, como próprio a quem peleja por não morrer.
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