Vice ajuda muito pouco eleitoralmente uma candidatura, mas pode atrapalhar
Geraldo Alckmin conquistou o tal blocão – um grupo que se apresenta como unido. Assim, escolher o vice deveria ser algo fácil, e não o fazer rapidamente deveria ser percebido como expressão de tranquilidade.
Quem tem o blocão não tem pressa. Certo? Não. Porque aí veio a inexplicável bateção de cabeça com o tal Josué Gomes, e de repente a primeira mensagem pública do Alckmin na fase blocão é a de que lhe falta coordenação política, e de que escolher o vice entre opções de vários partidos, supostamente fartas, é situação tão difícil quanto a de Bolsonaro, que não tem apoio de partido algum e que precisa escolher um vice dentro de seu próprio partido. Que tal?
Não acaba aí, porém. Porque, como sabemos, ser vice ajuda muito pouco eleitoralmente uma candidatura, pode, no entanto, atrapalhar imensamente. Isso também serve para a fase de especulações.
Afinal, indefinição sugere fraqueza e abre flancos aos plantadores mais eficientes, daí por que até Aldo Rebelo seja ora aventado como possível vice de Alckmin. Não é formidável? As chances de Alckmin ir ao segundo turno passam por algum nível de conquista sobre eleitores de Jair Bolsonaro – que, por sua vez, desprezam Rebelo. Que tal?
O apoio do blocão é extraordinária conquista política para Geraldo Alckmin, mas essa força precisa ser convertida em musculatura eleitoral. Para tanto, a margem de erro é quase zero. Aldo Rebelo? Onde estão os profissionais do blocão?
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