Ceramista japonês cria blocos para absorver água radioativa

  • Por Agencia EFE
  • 27/05/2015 14h44

Tóquio, 27 mai (EFE).- Um fabricante japonês de cerâmica tradicional criou blocos a partir deste material, sem esmalte, capazes de absorver água, uma fórmula pensada para ajudar a armazenar, de forma segura, o líquido radioativo que é acumulado na central de Fukushima.

O japonês Taiji Mizutani, de 37 anos, teve a ideia enquanto trabalhava como voluntário na região de Tohoku (nordeste), devastada pelo terremoto e o tsunami de 2011, o mesmo que atingiu a usina nuclear, declarou nesta quarta-feira ao jornal “Asahi”.

Perante as frequentes informações sobre fugas de líquido altamente contaminado dos tanques de armazenamento da usina, Mizutani esteve trabalhando durante mais de um ano com diferentes tratamentos e misturas para tentar conseguir um material à prova de fugas.

Para criar os blocos, Mizutani finalmente combinou diferentes tipos de palha com barro principalmente composto de argila.

Ao aquecer o barro, a palha queima, deixando oco onde antes estava incrustada.

Mizutani também decidiu manter a temperatura de cocção em cerca de 700 graus para eliminar a água da argila e criar também pequenas fendas lineais.

Estas ocos e fendas são os que fazem com que sua cerâmica acabe absorvendo a água, segundo o oleiro.

Enquanto a cerâmica sem esmalte absorve 40% de seu peso em água, o bloco “esponja” de Mizutani absorveu durante os experimentos um volume equivalente a seu próprio peso em dois minutos.

“A água contaminada (de Fukushima) não seria filtrada, seria armazenada dentro destes blocos”, assegurou Mizutani ao jornal japonês.

O ceramista já registrou a patente para seu bloco especial e para um sistema de armazenamento de água radioativa de sua invenção.

Dito sistema faz com que a água absorvida pelas peças de cerâmica se acumule depois em uma piscina de grande tamanho feita de concreto de alta densidade.

O ceramista explicou ao jornal que espera comercializar o produto assim que fizer os testes de verificação. EFE

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