Cerca de 800 crianças podem estar enterradas em convento irlandês

  • Por Agencia EFE
  • 04/06/2014 11h37

Dublin, 4 jun (EFE).- Uma historiadora irlandesa acredita que pode haver cerca de 800 crianças e bebês enterrados em uma fossa sem identificação no que antigamente era um convento católico em Tuam, no condado irlandês de Galway, informa nesta quarta-feira o jornal “The Guardian”.

Catherine Corless descobriu certificados de óbito que indicam que centenas de crianças podem jazer no espaço que ocupava uma fossa séptica do edifício conhecido como “O lar”, que acolhia a mães solteiras e que foi regido de 1926 a 1961 pela irmandade de freiras de Bon Secours.

Diante da polêmica gerada pela descoberta, os líderes religiosos do condado de Galway (oeste da Irlanda) negaram ter conhecimento das mortes e se comprometeram a arrecadar fundos para construir um monumento em memória dos 796 menores falecidos.

Os registros descobertos por Corless demonstram que as crianças morreram principalmente por doenças como tuberculose, infecções, defeitos de nascimento e partos prematuros, detalha a matéria.

Uma inspeção governamental de 1944 constata desnutrição em algumas das 271 crianças que na época viviam com suas 61 mães não casadas no convento, que anteriormente tinha sido uma casa de trabalho para indigentes adultos e que faz décadas se demoliu para construir casas.

Na primeira metade do século XX, Irlanda tinha um dos piores índices de mortalidade infantil de toda Europa.

Segundo Corless, a fossa foi descoberta nas últimas décadas por moradores da região, que erigiram na região um pequeno templo à virgem Maria.

Os registros encontrados pela historiadora confirmam a existência dos bebês mortos, por isso uma comissão local, na qual ela mesma participa, pediu uma investigação pública e a escavação do lugar, onde desejam que se instale um monumento.

Segundo “The Guardian”, o arcebispo de Tuam, Michael Neary, deve se reunir com os dirigentes da ordem do Bon Secours para reunir fundos para uma placa comemorativa e realizar um serviço religioso em memória dos falecidos.

O governo irlandês, que por enquanto não se pronunciou sobre o caso, revelou nos últimos tempos quatro grandes investigações sobre abusos cometidos em conventos católicos e encobertos pelas autoridades religiosas e políticas. EFE

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