CERN visualiza partículas de pentaquarks pela primeira vez

Genebra, 14 jul (EFE).- A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) anunciou nesta terça-feira que realizou a primeira observação de uma nova categoria de partículas, os pentaquarks, cuja existência tinha sido prevista há meio século.

Os pentaquarks estão compostos por quarks, que são os constituintes fundamentais de prótons e nêutrons e que, apesar de 50 anos de pesquisas, ainda não tinham sido observados.

Este descobrimento foi realizado pelo experimento LHCb do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o acelerador de partículas do CERN.

“Estudar os pentaquarks e suas propriedades nos permitirá entender melhor como se forma a matéria ordinária, os prótons e nêutrons que nos compõem”, disse em comunicado o porta-voz do LHCb, Guy Wilkinson.

Em 1964, o físico americano Murray Gell-Mann propôs uma distinção entre duas categorias de partículas: por um lado os bárions – entre os quais se encontram os prótons e os nêutrons – e, por outro, os mésons.

Os bárions são compostos por três objetos com carga elétrica fracionada, chamados quarks, enquanto os mésons são formados por pares de quarks e antiquarks (sua antipartícula).

No entanto, até hoje os cientistas não tinham conseguido obter evidências contundentes da existência dos pentaquarks.

Gell-Mann ganhou em 1969 o Prêmio Nobel de Física por este trabalho.

O responsável do grupo da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, que participa do LHCb, Juan Saborido, disse que o descobrimento destas novas partículas formadas por cinco quarks, “não envolve física além do Modelo Padrão, mas é uma descoberta muito importante para o entendimento da estrutura dos hádrons”.

Outros experimentos anteriores que tinham buscado os pentaquarks não obtiveram resultados conclusivos.

O que diferencia o experimento LHCb é que o mesmo é capaz de buscar pentaquarks com diferentes técnicas, mas todas levam à mesma conclusão.

O seguinte passo será estudar como os quarks se mantêm unidos nos pentaquarks. EFE