China critica que EUA e Japão usem tratado de segurança contra outros países

  • Por Agencia EFE
  • 24/04/2014 09h59

Pequim, 24 abr (EFE).- A China criticou nesta quinta-feira que os Estados Unidos e o Japão dirijam seu tratado de segurança contra “terceiros países”, depois que o presidente americano, Barack Obama, assinalou que esta aliança compromete seu país a defender as ilhas Diaoyu/Senkaku, disputadas entre Pequim e Tóquio.

“Nos opomos formalmente à inclusão das Diaoyu no tratado EUA-Japão. É uma aliança que foi feita durante a Guerra Fria e não deveria ser dirigida a terceiros países e nem solapar a soberania da China”, sentenciou hoje o porta-voz do Ministério chinês de Relações Exteriores, Qin Gang.

Em entrevista coletiva, Qin voltou a defender que o disputado arquipélago, situado na região Ásia Pacífico, é propriedade “inerente” da China e advertiu que nada nem ninguém “fará tremer” a determinação do povo chinês em defender sua soberania.

“Não importa o que outros digam ou o que façam, não podem ir contra o fato de que as ilhas Diaoyu são propriedade da China”, disse o porta-voz chinês.

Hoje foi a primeira vez que Obama se pronunciou pelo conflito do arquipélago das Diaoyu/Senkaku, o que levou as relações entre Pequim e Tóquio a seu pior nível em anos.

Neste contexto, hoje chegará a Pequim o governador de Tóquio, Yoichi Masuzoe, para uma visita de três dias -a primeira em 18 anos que realiza um governador tokiota a convite do Executivo pequinês- com a qual Japão espera que ajude a reparar as danificadas relações bilaterais.

Questionado se acredita que esta visita conseguirá impulsionar a troca, o porta-voz chinês se mostrou “positivo”, apesar de ressaltar que seu otimismo se limitava a um “nível local”.

“(Em nível nacional) os líderes japoneses deveriam realizar ações concretas e corrigir seus erros para criar as condições adequadas que levem à melhora”, especificou Qin.

O porta-voz também se referiu à desnuclearização na península coreana, em resposta às declarações de Obama, que considerou que China tem um papel “chave” neste assunto.

“Nos interessa garantir a estabilidade e a paz entre as duas Coreias. Sob nenhum conceito permitiremos uma guerra ou o caos nas portas da China”, destacou o porta-voz chinês, que voltou a pedir que os conflitos sejam resolvidos através do diálogo e a negociação.

“Esperamos que todas as partes interessadas façam esforços comuns com a China para conseguir a desnuclearização da península. Corresponde ao interesse de toda a região”, sentenciou. EFE

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