China repatria segundo fugitivo mais procurado por corrupção

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h03

Pequim, 10 mai (EFE).- O governo da China repatriou o segundo fugitivo de sua lista dos cem mais procurados por corrupção, o funcionário Li Huabo, acusado de desviar mais de US$ 15 milhões e de estar foragido em Cingapura, informam neste domingo a imprensa oficial do país.

Trata-se do maior lucro até o momento da operação “Sky NET”, lançada por Pequim no final de março com o objetivo de intensificar a busca internacional de supostos funcionários corruptos foragidos para o estrangeiro.

O Escritório Central Nacional da Interpol na China emitiu uma lista de cem pessoas procuradas pelo país e o primeiro foi “capturado” no final de abril.

Li, antigo funcionário de finanças na província sudeste de Jiangxi, escapou para Cingapura em janeiro de 2011 após ser acusado de fraude, segundo um comunicado publicado pela Comissão para a Inspeção de Disciplina, o influente órgão anticorrupção do Partido Comunista, publicado pela imprensa do país.

Li chegou escoltado no sábado a Pequim após ter cumprido quase 15 meses de prisão em Cingapura condenado por “receber fundos roubados”.

No processo de “busca e captura” de Li, funcionários de Pequim viajaram até oito vezes a Cingapura, com quem a China não tem um acordo de extradição, para negociar a repatriação do suposto corrupto.

No processo judicial contra o funcionário chinês em Cingapura, Li assegurou que a fortuna que possuía – incluindo US$ 1,12 milhão que utilizou para obter sua permissão de residência em Cingapura e os US$ 980 mil pelo apartamento de três quartos que comprou na cidade-estado – ele ganhou através de negócios legítimos, e negou qualquer tipo de desvio.

Um fiscal de Cingapura acusou Li de ter criado uma empresa fantasma em 2006 e ter utilizado “vendas falsas do governo e falsos recibos” para roubar “milhões de iuanes”.

Li foi finalmente detido em março de 2011 pela Polícia de Cingapura após ter recebido um aviso e um pedido de Pequim via Interpol.

O funcionário tinha um salário na China de cerca de US$ 483 por mês, apesar de comercializar carvão, algodão e adubos, e dirigia uma agência de viagens que organizava saídas para Macau, a capital do jogo na China. Ele também possuía 42% de uma refinaria, segundo o “South China Morning Post”.

Supostamente, as autoridades começaram a se concentrar em Li quando aparentemente este chamou um amigo em fevereiro de 2011 e lhe confessou que tinha roubado fundos dos cofres públicos, apesar do funcionário repatriado negar que fizesse esse apelo.

Segundo dados oficiais, a China conseguiu extraditar no ano passado um total de 680 fugitivos, suspeitos de crimes financeiros, e confiscar cerca de US$ 482 milhões. EFE

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