China revela que líder tibetano desaparecido há 20 anos “leva vida normal”

  • Por Agencia EFE
  • 06/09/2015 11h39

Pequim, 6 set (EFE).- O panchen lama, segundo líder espiritual mais importante para os tibetanos, em paradeiro desconhecido há 20 anos, desde quando foi detido pelas autoridades, “leva uma vida normal”, revelou o governo chinês neste domingo, em uma incomum declaração.

“Ele leva uma vida normal e não quer ser incomodado”, assinalou em entrevista coletiva o funcionário governamental Norbu Dunzhub durante a apresentação de um relatório sobre o Tibete, informou a emissora estatal “CCTV”.

Gedhun Choekyi Nyima, agora com 26 anos, foi posto em custódia pelas autoridades chinesas junto com sua família quando tinha apenas seis, logo depois de ser identificado pelo dalai lama como o XI panchen lama.

“A identificação do panchen lama escolhida pelo dalai lama há 20 anos é ilegal e inválida”, assinalou Norbu Dunzhub, que não deu mais detalhes sobre o paradeiro do jovem.

O governo chinês afirmou desde o princípio que Choekyi Nyima não era o “panchen lama real” e em 1995 escolheu ele mesmo outro tibetano como o XI panchen lama, apesar dos tibetanos sempre o terem considerado uma fraude.

Pequim e o dalai lama disputam a autoridade sobre a reencarnação e neste último ano, o dálai, exilado na Índia, chegou a afirmar que esta tradição poderia acabar com sua morte, o que provocou reações da China, que defendeu que Pequim “que tem a última palavra”.

A China considera o Tibete parte inseparável de seu território, e os tibetanos argumentam que a região foi durante décadas independente na prática, até ser ocupada pelas tropas comunistas em 1951. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.