Cientistas acham a evidência mais antiga de reprodução em organismo complexo
Londres, 3 ago (EFE).- Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, encontraram o exemplo mais antigo de reprodução em um organismo complexo, revelou um estudo que a revista “Nature” publica nesta segunda-feira.
A partir de fósseis descobertos no Canadá, a paleontóloga Emily Mitchell e seu grupo descobriram que os organismos multicelulares conhecidos como rangeomorfos, que viveram há 565 milhões de anos, mantinham dois sofisticados modos de reprodução.
Estas criaturas marinhas, que se pareciam a plantas, podiam soltar de pequenas partículas orgânicas que eram arrastadas pela correnteza e permitiam que elas colonizassem novas zonas. Elas também eram capazes de produzir esporões, brotos laterais parecidos aos de algumas espécies vegetais, para se estenderem pelo leito marinho.
“Os rangeomorfos não se parecem a nenhum outro organismo do registro fóssil. São muito misteriosos. Desenvolvemos um método completamente novo para estudá-los, o que nos permitiu conhecê-los muito melhor, principalmente o modo que usavam para se reproduzir”, afirmou a pesquisadora.
Os cientistas utilizaram imagens em alta resolução e técnicas de estatística espacial para examinar os fósseis de Fractofusus, um dos organismos enquadrados nos rangomorfos.
O singular modo com o qual essas criaturas se reproduziam permitiu que fossem bem-sucedidos biologicamente.
“Os rangeomorfos podiam colonizar novas zonas e se expandir com facilidade uma vez instalados nelas. A capacidade destes organismos para mudar entre dois modos reprodutivos demonstra que sua biologia era enormemente sofisticada, algo relevante em um momento no qual a maioria dos organismos era muito simples”, descreveu a paleontóloga. EFE
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