Coloridos tapetes florais enfeitam Lima para procissão da Sexta-Feira Santa

  • Por Agencia EFE
  • 03/04/2015 16h30

Lima, 3 abr (EFE).- Aos pés do Senhor da Agonia, coloridos tapetes florais se estendem pela praça do distrito de Surco para adornar o percurso de sua grande processão da Sexta-Feira Santa, cuja tradição se remonta ao ano de 1571, como uma das principais atrações da Semana Santa peruana.

Com complexos desenhos de motivos religiosos, os tapetes florais concorrem em um concurso nacional que atrai cerca de cinco mil visitantes a cada ano, segundo Câmara Municipal de Surco, cujo distrito é um dos mais devotos de Lima na celebração da Semana Santa, com procissões e atividades durante seus quatro dias.

Cada um dos tapetes é fruto de dois meses de trabalho, relatou à Agência Efe o representante da associação Famílias Unidas, Percy Ledesma, cujo grupo é um dos 17 que participarão da 20ª edição do concurso, que neste ano terá duas associações convidadas das províncias andinas de Ayacucho e Junín.

As famílias demonstram assim sua devoção pelo Senhor da Agonia, cuja procissão se inicia na sexta-feira às 20h e termina no dia seguinte na igreja de Santiago Apóstolo, após passar diante de todos os tapetes de flores localizadas em torno da maior praça de Surco.

Por trás da beleza destas amostras artísticas feitas com pétalas de rosas, pompons, cravos e folhas, há um árduo trabalho que o Famílias Unidas tenta conservar há 15 anos para fomentar também a participação dos jovens nos festejos da Semana Santa.

Ledesma explicou que até as crianças participam dos trabalhos prévios e, guiados pelos mais velhos, desfolham as flores para agrupar as pétalas.

Depois disso, os participantes utilizam uma média de dez horas para desenhar, contornar, encher de serragem e cobrir com flores os 40 metros quadrados de extensão do tapete, medida regulamentada pelas autoridades do local.

Ao chegar a tarde, o resultado marca o caminho pelo qual passará o Senhor da Agonia, mas a cena irá durar poucas horas antes dos tapetes florais se desvanecerem entre os passos da multidão de participantes que seguem a procissão.

“É habitual que a imagem do Senhor da Agonia passe pelos tapetes e, uma vez que isto acontece, os fiéis podem pisar nos tapetes enquanto seguem a procissão”, comentou Ledesma.

Nem Ledesma e nem sua família se importam com o fato da preparação do tapete, à qual dedicaram as oito semanas anteriores e na qual gastaram 1,2 mil sóis (US$ 388), desapareça no mesmo dia em que o concluem.

O representante das Famílias Unidas assegurou que todos os grupos realizam seus tapetes florais como uma amostra de fervor religioso e de penitência, que cumprem todos os anos.

O percurso da procissão se prolonga até a manhã seguinte.

Uma vez que a procissão termina, Percy Ledesma já começa a pensar no tapete floral que apresentará no próximo ano, e assegurou que assim fará todos os anos enquanto as forças o permitirem, já que indicou que “o mais importante é que a família continue com essa tradição”.

Além do concurso nacional de tapetes, os devotos limenhos também costumam celebrar a Semana Santa com uma visita às sete igrejas do centro de Lima e o acompanhamento da representação da crucificação que anualmente é realiza no cume do Cerro San Cristóbal, no tradicional distrito do Rímac. EFE

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