Com metrô parado há 5 dias em São Paulo, estado demite 60 grevistas
São Paulo, 9 jun (EFE).- No quinto dia de greve do metrô na capital paulista, o secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, anunciou a demissão de 60 funcionários grevistas, avisando que os trabalhadores que não comparecerem terão notificações de demissão emitidas por “justa causa”.
Em entrevista à rádio “Jovem Pan” na manhã desta segunda-feira, o secretário explicou a medida: “Quais são essas demissões? Aqueles que já foram catalogados e com provas materiais de vandalismo, uso impróprio de equipamentos do metrô, que barraram fisicamente, aqueles que incitaram a população a pular a catraca. Enfim, todos aqueles que fizeram transgressões mais graves (…)”.
À imprensa, Fernandes destacou que, hoje à tarde, quem não voltar ao trabalho por causa da situação de greve “declarada ilegal, abusiva, já está incorrendo em uma falta gravíssima e também será penalizado com demissão por justa causa”.
Entre 5h30 e 7h30, 1.534 pessoas eram esperadas para trabalhar no metrô, mas apenas 255 compareceram, o que, segundo o secretário, pode gerar mais demissões.
Fernandes disse à imprensa que o metrô tem reserva técnica para repor os funcionários que trabalham nas estações e pode realizar contratações emergenciais de funcionários terceirizados para reposição, até realizarem um novo concurso de 60 a 90 dias a partir de agora.
Os grevistas pedem por 12,2% de reajuste salarial desde a última quinta-feira, quando paralisaram as atividades e, neste domingo, os funcionários decidiram em assembleia-geral manter a paralisação.
A decisão vai contra a do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, que determinou o fim da greve, por considerá-la abusiva, tendo em vista o desrespeito à liminar que obrigou o funcionamento de 100% do serviço em horário de pico e de 70% fora desse horário.
O Tribunal estipulou multa de R$ 500 mil por dia no caso de descumprimento do retorno ao trabalho e concedeu 8,7% de aumento sobre os salários de 30 de abril deste ano, que considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), além de 3,5% de aumento real.
Algumas linhas de metrô paradas na manhã de hoje começam a voltar a funcionar gradativamente e até o momento são aproximadamente 170 km de congestionamento na cidade.
Os metroviários e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto estão se manifestando no centro da cidade em frente à Secretaria de Transportes Metropolitanos por causa da demissão, pedindo audiência com Fernandes para tentar reverter as demissões.
A Companhia Pública de Transportes Metroviários (CPTM) está controlando o fluxo de pessoas nas estações e há um maior número de ônibus circulando na cidade.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o rodízio de veículos com placas com 1 e 2 nesta segunda-feira, mas ainda permanecem as restrições para a circulação de caminhões e fretes.
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