Cristina Kirchner compara “drama” grego ao vivido pela Argentina em 2001
Buenos Aires, 1 jul (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou nesta quarta-feira que a Grécia, que entrou ontem em moratória, vive – assim como viveu seu país na crise de 2001 – o “drama” das políticas neoliberais de ajuste.
“Hoje a Grécia está vivendo uma situação quase idêntica à que nós vivemos em 2001: o drama de políticas terríveis, neoliberais, de ajuste permanente, que arrastam à miséria, à fome e ao desemprego”, declarou Cristina em um ato na sede do Executivo transmitido por rede nacional.
A governante comentou que 60% dos jovens gregos não tem trabalho e que 30% dos cidadãos gregos se ilumina com velas para economizar devido ao alto custo das tarifas de eletricidade.
A Grécia entrou em moratória nesta terça-feira após descumprir o pagamento de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto hoje se anunciou que o governo grego aceitou a maioria das condições de reformas e ajustes propostos pelas instituições internacionais para receber um novo resgate.
“Hoje há gente nas ruas, gente que viu reduzidas suas aposentadorias e pensões, exceto as despesas de Defesa. O Fundo Monetário Internacional em nenhum momento pediu que se reduzissem as despesas de Defesa”, criticou a presidente argentina.
Cristina também chamou atenção para o fato de que a Grécia destina 2,6% de seu Produto Interno Bruto (PIB) à Otan, em despesas de Defesa, mais que 2,1% destinado pelo Reino Unido
“Obviamente seus provedores (em matéria de armamento) não são gregos; provêm da França, Alemanha e dos Estados Unidos”, comentou a chefe de Estado argentina.
Cristina assinalou ainda que “a Grécia não é só um país que representa a democracia e a gerência cultural do Ocidente”, mas também “um dispositivo estratégico no sistema de segurança global porque é a entrada e saída do Mediterrâneo”.
Por fim, a presidente argentina advertiu que hoje há “muita complexidade” no mundo, onde tudo se movimenta “por interesses opostos”. EFE
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