Denise: Fraqueza nas vendas tem relação com desemprego e endividamento elevado
O IBGE divulgou o balanço das vendas do comércio varejista em abril. Mesmo com um calendário diferente neste ano, com a páscoa em abril e o Carnaval em março, o setor vem apresentando um ritmo muito fraco em 2019.
Houve queda de 0,6% em abril, após a estabilidade de 0,1% em março ante fevereiro e queda de – 0,1% em fevereiro sobre o mês anterior. Portanto, o comércio varejista vem muito fraco, o trimestre mostrou uma queda de 0,2%.
Já o varejo ampliado, que inclui também materiais de construção e veículos, ficou estável em comparação com o mês anterior e avançou em comparação com o mesmo período do ano passado. De qualquer modo, o que se percebe é uma perda de ritmo do comércio.
Se o ampliado cresceu 3,1% frente a abril de 2018 e acumula 2,5% no ano, nesse caso há uma avaliação positiva. O segmento de veículos vem mostrando uma recuperação porque você tem uma demanda represada, quem tem condições acaba trocando veículo, comprando material de construção.
Agora, o que a gente percebe é que aquele comércio de dia a dia continua muito influenciado pelas condições de compra da população.
A queda do movimento de supermercados e hipermercados, por exemplo, naquele período em que a alimentação teve um aumento de preços, acabou influenciando mais a inflação. Este segmento mostrou uma queda de 1,1%. Tecidos, vestuários e calçados tiveram uma queda de 5,5% seguido por artigos farmacêuticos e de perfumaria com – 0,7%.
Então, esse é o retrato de uma fraqueza do ritmo de expansão de vendas do país que tem relação clara com desemprego, endividamento elevado, a inadimplência cresceu também nesse período desde o começo do ano, aumento da informalidade que quase sempre acarreta na perda de rendimento.
E, enfim, é a comprovação das dificuldades da economia de entrar numa fase de crescimento mais acelerado.
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