Denise: Previsão do crescimento da economia para 2020 é boa, mas modesta
O Boletim Focus saiu com uma rotina que temos visto nas últimas semanas, que é o corte da previsão de inflação. Cada vez que sai um indicador novo se faz essa conta novamente e a gente vê que há colaboração de alguns fatores bem específicos. Alimentação está ajudando bastante, com a oferta de alimentos que tem derrubado o preço de alguns que pesam bastante no cálculo.
A previsão é de inflação de 3,54% esse ano e 3,81% ano que vem. Isso dá suporte para mais cortes da taxa básica de juros. O mercado continua esperando que a Selic chegue ao final desse ano com 5% e no ano que vem possa ter alguma elevação para 5,25%. Isso é, se a economia reagir da forma esperada. Para este ano fica mantida a previsão de apenas 0,87%. Para o ano que vem, caiu de 2,10% para 2,07%.
Chamou a atenção, desde o fechamento da semana passada, que algumas grandes instituições começando a trabalhar com a previsão de crescimento menor no ano que vem. O problema é que estão sendo constatados diversos empecilhos para a retomada de um crescimento mais firme da economia.
Não há como contar com participação maior do Governo através de investimentos; nós temos ainda um nível de desemprego muito alto, que atrapalha a retomada do consumo; o custo do crédito continua muito alto; tem a questão da confiança em relação a vários aspectos, o que poderia alavancar investimentos; e a necessidade de se acelerar as concessões e privatizações que possam atrair recursos privados; ainda tem a previsão de algum impacto da desaceleração da economia mundial.
Em função disso, o mercado esta contando com um crescimento para 2020 de 2,07%. É bem em melhor que o deste ano, mais que o dobro, mas modesto para repor tudo que tivemos de retrocessos desde a recessão econômica.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.