Deputado que oferecia ligar trompas em troca de votos se entrega à Justiça

  • Por Agencia EFE
  • 25/03/2014 16h03

Brasília, 25 mar (EFE).- O deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), condenado a três anos e um mês de prisão por crimes eleitorais que incluíram ofertas de esterilização de mulheres em troca de votos, se entregou nesta terça-feira à Justiça para começar a cumprir sua pena, informaram as autoridades.

A polícia informou que o parlamentar se apresentou à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, depois que a Corte Suprema ordenou sua captura após negar todas as apelações que cabiam em seu caso.

Bentes foi julgado em 2011 e condenado por crimes eleitorais.

O tribunal considerou provado que Bentes, durante a campanha para as eleições municipais de 2004, quando foi candidato a prefeito da cidade amazônica de Marabá (PA), fez diversas ofertas em troca de votos, entre as quais incluiu tratamentos de esterilização para mulheres.

Segundo a acusação, os tratamentos eram feitos através de uma fundação do PMDB no Pará, que estava a cargo de Bentes e servia de contato com os médicos que faziam os procedimentos.

O deputado “se valeu de artifícios absolutamente daninhos e merece uma reprimenda exemplar, porque superou todos os limites imaginários do ser humano nessas formas de corrupção eleitoral”, diz a sentença do Tribunal Supremo ditada em 2011.

Apesar da dureza da sentença, a pena estabelecida foi de três anos e um mês de prisão, tempo que o deputado não passará atrás das grades, pois o regime de reclusão só se aplica aos condenados a pelo menos quatro anos.

Embora o tribunal ainda não tenha confirmado, fontes judiciais disseram que seguramente será concedido ao deputado o benefício da prisão domiciliar, que se aplica aos casos em que a condenação não obriga o regime de reclusão.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, que pertence ao mesmo partido que Bentes, programou para amanhã uma reunião com a mesa diretora do Congresso, a fim de avaliar se o parlamentar deverá perder seu mandato. EFE

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