Dilma deve nomear substituto de Joaquim Barbosa no STF apenas após eleições
O comentarista político Jovem Pan, direto de Brasília, Fernando Rodrigues, comentou nesta sexta-feira sobre possíveis nomes da indicação de Dilma Rousseff para o substituto de Joaquim Barbosa, bem como sua importância no processo eleitoral e, por isso a provável nomeação apenas depois de outubro. Rodrigues também analisou as consequências políticas para o PSD da desistência de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, de concorrer politicamente no final do ano.
Com a saída de Joaquim Barbosa, como deve ficar a composição do Supremo Tribunal Federal?
A prerrogativa de indicar o substituto de Barbosa é de Dilma, e ela deve exercer esse direito só no segundo semestre. O primeiro motivo é que apenas ao longo do mês de junho Joaquim Barbosa formaliza sua saída. E julho é mês de recesso do Judiciário.
Para o novo nome no STF, Dilma terá que balancear todas as opções que tem: as opções caseiras, nomes de fora, além do aspecto étnico dessa nomeação. Barbosa foi o primeiro ministro negro do STF e Dilma pode sofrer críticas por parte de movimentos de defesa da igualdade racial caso escolha um mininstro branco.
Possíveis saídas doméstica da presidente Dilma são José Eduardo Cardozo e Luiz Inácio Adams. Porém, ambos são muito demandados durante o período eleitoral.
Cardozo, por exemplo, tem grande influência no Palácio do Planalto e fala várias vezes por dia com Dilma. Assim, Dilma deve esperar um pouco, até o fim das eleições, antes de fazer a nomeação.
Henrique Meirelles desistiu de disputar um cargo na eleição de outubro. Qual é o impacto da decisão na disputa eleitoral?
A decisão reduz um pouco o cacife do PSD de Kassab. Kassab falava nele como candidato ao senado em São Paulo, embora especulações (plantações) falassem de Meirelles até como vice-presidente de Dilma.
Se decidisse concorrer, o ex-presidente do Banco Central daria um ganho de imagem considerável ao partido de Kassab. Sem ele, o PSD volta a ser apenas um partido de políticos tradicionais, convencionais, sem nenhuma novidade.
Meirelles decidiu-se por não disputar pois temia não sair vencedor, além de preferir concorrer a um cargo executivo.
Ele mesmo, Meirelles, sai um pouco enfraquecido. Um político que tem medo de se arriscar numa eleição porque tem medo de perder é alguém que não tem muito apreço pelo jogo democrático, avalia Fernando Rodrigues.
Essa saída de campo é apenas a afirmação de que são raros os políticos diferentes e com coragem de defender novas ideias nas disputas eleitorais do Brasil, conclui o comentarista político.
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