Dilma diz que denúncias contra Petrobras serão investigadas com rigor
Rio de Janeiro, 14 abr (EFE).- A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que as denúncias de corrupção contra a Petrobras serão investigadas com rigor, mas saiu em defesa da maior empresa do país e disse que não permitirá que seus problemas sejam aproveitados eleitoralmente.
“Como presidente, mas sobretudo como brasileira, eu defenderei em quaisquer circunstância e com todas as minhas forças a Petrobras”, afirmou a governante em cerimônia em Pernambuco onde a companhia petrolífera pôs em operação um de seus novos navios cargueiros.
A chefe de Estado esclareceu que, apesar de sua posição de defesa da empresa, não tolerará irregularidades em nenhuma estatal.
“Não transigirei em combater todo tipo de malfeito, ação criminosa, tráfico de influência, corrupção ou ilícito de qualquer espécie, seja ele cometido por quem quer que seja, mas igualmente não ouvirei calada a campanha negativa dos que, com proveito político, não hesitam em ferir a imagem dessa empresa que nosso povo construiu com tanto suor e lágrimas”, assegurou.
O discurso foi uma resposta aos partidos da oposição que, com vésperas das eleições presidenciais de outubro, vêm pressionando para que o Congresso instale uma comissão especial dedicada a investigar as denúncias contra a Petrobras.
Para a oposição, as denúncias podem atingir diretamente Dilma, favorita para as eleições presidenciais, devido a que algumas das irregularidades teriam ocorrido quando a presidente, então ministra da presidência, comandava o conselho de administração da estatal.
Dilma afirmou que a Polícia Federal e o Ministério Público já abriram investigações sobre as denúncias contra a Petrobras e acrescentou que, caso se confirmem irregularidades, os responsáveis serão sancionados rigorosamente.
“O que tiver de ser apurado vai ser apurado com o máximo de rigor e o que tiver que ser punido também vai ser punido com o máximo de rigor”, disse.
A Polícia Federal se expropriou na sexta-feira de diferentes documentos na sede da companhia petrolífera estatal em cumprimento de uma ordem de um juiz que investiga uma rede de corrupção.
O confisco foi realizado em desenvolvimento do processo de investigação contra uma organização acusada de haver ter lavado cerca de R$ 10 bilhões de dinheiro ilícito, que em boa medida se teria originado em atos de corrupção.
A polícia deteve no mês passado Alberto Youssef, dono de uma casa de câmbio e conhecido por sua amizade com importantes políticos, que acusa de ser o chefe do grupo criminoso.
No marco das investigações sobre lavagem de dinheiro, a polícia também deteve o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que durante muitos anos foi um dos principais executivos da empresa.
Costa foi detido pelos supostos vínculos que uma empresa de consultoria de sua propriedade tinha com membros dessa máfia, acusada de lavar dinheiro da corrupção, evasão de divisas, contrabando de pedras preciosas e tráfico de drogas, entre outros delitos.
A polícia também investiga denúncias de supostas irregularidades contra a Petrobras pela compra em 2006 da refinaria de Pasadena (Texas, EUA) e por supostos subornos recebidos por altos funcionários da companhia petrolífera para favorecer a empresa holandesa SBM Offshore em contratos de aluguel de plataformas marinhas.
A PF apura, ainda, a venda de uma da refinarias que a Petrobras operava na Argentina. EFE
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