Dom Cláudio lembra preocupação de Dom Paulo com os pobres: “se identificou”

  • Por Jovem Pan
  • 14/12/2016 17h22
Agência Brasil Agência Brasil O corpo de Dom Cláudio Hummes será velado na Catedral Metropolitana de São Paulo

O arcebispo Dom Paulo Evaristo Arnes, que morreu nesta quarta-feira (14), vítima de uma broncopneumonia, aos 95 anos, deixou um passado muito positivo para trás. Um dos legados lembrados de maneira especial é o da preocupação com as pessoas mais pobres. É o que afirma o cardeal Dom Cláudio Hummes.

“Ele se distinguia, em primeiro lugar, como alguém que se identificou muito com os pobres da periferia. Ele tinha uma presença muito forte em toda a sociedade que o conhecia, que também o estimava por uma série de motivos. Mas ele, de modo particular, trabalhava com a periferia. (…) Ele trabalhou muito com os pobres e para os pobres, orientou a igreja para trabalhar na periferia, orientou os padres, estimulou os padres, as pastorais sociais a trabalharem juntos com os pobres da periferia”, afirmou Dom Cláudio.

O cardeal lembrou, assim como o padre Valeriano Costa, diretor da Faculdade de Teologia da PUC-SP, também em entrevista à Jovem Pan, a participação do arcebispo na defesa dos direitos humanos, principalmente durante o regime militar no Brasil, que o credenciou como uma figura reconhecida internacionalmente.

“Dentro desse contexto difícil e brutal, Dom Paulo era um homem de coragem. Que não se calava, que denunciava e que também ia às prisões, ia aonde estava sediado o poder de repressão, ele ia pessoalmente em procura das pessoas que ele tinha ouvido que tinha sido presos, torturados e assim por diante. Então era um homem que tinha uma coragem muito grande, ninguém calava ele”, contou.

Confira no áudio acima a entrevista completa do Cardeal Dom Cláudio Hummes, que ainda falou sobre o momento que substituiu Dom Paulo depois da renúncia do cargo de arcebispo.

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