Ebola deixa de se propagar de maneira exponencial na Libéria e Guiné, diz OMS

  • Por Agencia EFE
  • 25/11/2014 12h11
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Genebra, 25 nov (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta terça-feira que os casos de ebola deixaram de aumentar de forma exponencial na Libéria e Guiné, que junto com Serra Leoa sofrem com a epidemia que causou a morte de 5.459 pessoas.

“Vemos que o número de casos já não aumenta de forma exponencial na Libéria e nem Guiné”, disse o porta-voz da Organização, Tariq Jasarevic.

A Organização Internacional de Migrações (OIM), que abriu dois centros de tratamento na Libéria, disse hoje, separadamente, que neste país são comunicados de dez a 20 casos diários.

Jasarevic especificou que em certas áreas da Libéria, como no condado de Lofa, é observado um declive do número de casos e que nos últimos dias não estão chegando mais pacientes ao centro de tratamento que funciona no local.

No entanto, em outras partes do país seguem sendo comunicados certo número de casos.

Sobre a Guiné, incluindo a capital, Conacri, “vemos uma situação que se estabiliza”, comentou sobre o primeiro país onde explodiu a epidemia, em março.

Jasarevic disse que em Serra Leoa são poucos os casos na província de Kenema, que também era uma área de forte transmissão do vírus, mas observa-se o contrário em Puerto Loko, com um aumento de infectados.

Esta evolução “significa que o que fizemos funciona”, opinou o porta-voz, em referência à resposta internacional contra o ebola, que se baseou na abertura de centros de tratamento para que os doentes possam receber atendimento e reduzir o número de contágios em seu entorno.

“Onde houve aumento no número de camas, de agentes treinados e de enterros seguros, estamos vendo resultados”, disse.

O outro pilar fundamental da estratégia contra o ebola foi fornecer serviços de pessoal treinado encarregado do enterro de mortos por ebola, em decorrência da alta carga infecciosa dos corpos.

“Estávamos por trás da doença. O que era necessário era tratar as pessoas e enterrá-la apropriadamente, e agora estamos vendo que o vírus pode ser contido”, disse Jasarevic.

No entanto, a OMS prefere se referir a esta tendência com cautela, pois anteriormente foi observado um declive de casos, “mas de repente houve um evento, um funeral muito movimentado no qual houve múltiplas redes de transmissão do vírus”, explicou seu porta-voz.

“Ninguém pode garantir que não haverá mais casos, levará algum tempo até chegar a zero. O que vemos é um arrefecimento e a ideia é agora avançar de forma mais agressiva com o rastreamento de contatos e a localização de casos, o que já está ocorrendo em alguns lugares, mas não em todos”, continuou.

A ideia da instituição sanitária é que, nesta situação de relativa melhora, é mais efetivo buscar os doentes ao invés de esperar que estes cheguem aos centros de tratamento ou que as famílias chamem por telefone para pedir um enterro seguro.

No começo de outubro, a OMS fixou a meta de que em 60 dias, pelo menos 70% dos contagiados receberiam atendimento médico e que igual porcentagem de enterros seriam efetuados com as precauções necessárias para evitar a propagação do vírus.

Segundo as estimativas da instituição, o mais provável é que em alguns lugares esses objetivos foram alcançados e em outros não. EFE

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