Efeito eleitoral de escândalo da Petrobras pode ser limitado; é o que quer o Governo
Em entrevista, a presidente Dilma Rousseff disse que não sabia de nada do que acontecia na Petrobras, no tempo em que dinheiro da estatal era usado como propina, de acordo com denúncias reveladas pela revista Veja. Fernando Rodrigues, comentarista político da Jovem Pan de Brasília, avalia a declaração de Dilma.
Parece, ao primeiro momento, que o impacto dessas declações é negativo. Até porque “é quase que inacreditável que ela soubesse isso somente agora”, avalia Rodrigues.
Entretanto, a maioria da população tende a ser condescendente com os governantes que adotam esse tipo de discurso. O comentarista lembra os casos de Lula com o mensalão, que também disse que não sabia de nada, e de Fernando Henrique Cardoso em 1997, com outro grande escândalo de compra de votos. Ambos foram reeleitos nos anos seguintes.
Não vai ser uma surpresa, historicamente falando, se o efeito eleitoral desse caso da Petrobras for limitado.
Governo quer saber o que delator falou
A CPI da Petrobras, mesmo tendo maioria do Governo, pediu acesso ao conteúdo do depoimento de Paulo Roberto Costa.
A própria presidente disse ter feito requerimento de acesso aos dados e, se for o caso, tomar atitudes e ações devidas.
Por que o próprio governo pede trechos de depoimento que pode comprometer a si mesmo? Para preparar “fogo encontro”, tomando ciência dos detalhes das acusações para a preparação de uma possível defesa, quando necessário.
Não que seja possível livrar todos os envolvidos, ao que parece. Mas para “embananar o jogo por algum tempo”, que é do que o Governo precisa.
As eleições serão realizadas nos dias 5 e 26 de outubro. O Palácio do Planalto só precisa controlar a situação até lá.
A dúvida, agora, é saber se dá para segurar o estouro dessa manada até o dia da eleição, conclui Fernando.
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