EI executa cameraman em Mossul, após acusá-lo de infiel e apóstata
Mossul (Iraque), 16 jul (EFE).- O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assassinou nesta quinta-feira um operador de câmera de televisão, acusado de colaborar com o Exército do Iraque e de apostasia, e o qual tinha sido sequestrado há um mês e meio na cidade de Mossul, norte do país.
O membro do Sindicato de Jornalistas Iraquianos, Sufian al Mashadani, informou à Agência Efe que a vítima, Yala al Abadi, de 26 anos, foi executado a tiros.
O EI proibiu a família de realizar um funeral porque, segundo o grupo extremista, o jornalista era “kafer” (infiel) e “murtad” (apóstata).
Abadi, casado e com dois filhos, foi sequestrado junto com um primo em sua casa no bairro de Al Askar, e os jihadistas apreenderam seu telefone celular e um computador.
Testemunhas do sequestro revelaram que os jihadistas chegaram a sua casa guiados por um homem encapuzado que denunciou que Abadi colaborava com o comandante da 2ª Brigada do Exército iraquiano, o general Nasser al Ganam.
Abadi começou a trabalhar em 2006, quando tinha apenas 16 anos, como cameraman na televisão via satélite “Al Mosuliya”, de Mossul.
Depois, foi para a agência de notícias Ain e posteriormente retornou à primeira emissora, até que a cidade caiu nas mãos do EI, em 10 de junho do ano passado.
Dez dias depois da queda de Mossul foi sequestrado pelos jihadistas quando gravava na rua, embora tenha sido libertado.
Abadi se viu obrigado a deixar sua profissão e trabalhar como taxista, embora agora o EI o acuse de continuar trabalhando na “Al Mosuliya”, considerada pelos radicais uma emissora inimiga.
Vários jornalistas deste canal foram detidos e executados no último ano pelo EI, que no final de junho de 2014 proclamou um califado nas regiões sob seu controle do Iraque e da Síria. EFE
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