Empresários cobram nova matriz energética dos candidatos à presidência

  • Por Agencia EFE
  • 06/08/2014 18h43
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São Paulo, 6 ago (EFE).- Representantes de 25 empresas multinacionais lançaram nesta quarta-feira um documento com propostas de políticas públicas para promover o desenvolvimento sustentável no país e que será enviado para todos os candidatos à presidência da República.

Durante o encontro, realizado em São Paulo, um dos principais temas foi a matriz energética do Brasil, que hoje sofre uma crise devido a uma das maiores estiagens já ocorridas no país, o que afeta as hidrelétricas.

A opção foi apelar para o uso das usinas térmicas de carvão para não deixar o país ficar completamente no escuro, o que tem pressionado os reajustes nas tarifas de energia elétrica para o próximo ano.

“Tivemos um aumento de 75% na geração de energia a partir do carvão, que custa mais que o dobro do preço da energia eólica, por exemplo. Isso diminui de maneira significativa a competitividade da indústria brasileira”, explicou o CEO da Renova Energia, Carlo Mathias Aloysius Becker Neto.

De acordo com ele, enquanto o custo para produzir energia eólica é de R$ 140 por megawatt, o custo das térmicas chega a R$ 800 para a msma quantidade de energia.

“O potencial eólico do Brasil poderia desenvolver a energia eólica mais barata do mundo”, defende Becker.

Com 22 propostas divididas em cinco eixos temáticos (agregar valor à indústria, valorizar e proteger os recursos naturais, ampliar infraestrutura e serviços básicos, promover qualidade de vida nos centros urbanos e liderar a transição para um economia de baixo carbono), o documento deverá nortear a formação de um fórum para cobrar soluções do próximo governo.

“Isso aqui é apenas o pontapé inicial para um diálogo. O que é importante é que haja uma troca”, ressaltou a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBEDS), Marina Grassi.

O Conselho foi o responsável por organizar as mais de 150 propostas e condensá-las em um documento de mais de 80 páginas que será endereçado a todos os presidenciáveis, bem como os candidatos à Câmara e ao Senado.

“Não adianta falar só com ministério do Meio Ambiente, temos que falar no alto escalão, porque a sustentabilidade está permeando todos os assuntos”, defendeu Marina, que disse que o grupo evitou o que ela chama de “blá blá blá” para se ater a propostas concretas, como leis que estão para serem votadas no Congresso.

“Decidimos falar do que já está na mesa e apresentar alguma coisa que, se quiserem fazer diferente, tudo bem, mas estamos mostrando que a gente estruturou a nossa parte”, ressaltou. EFE

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