Equipe negociadora iraniana retorna a Teerã e é recebida com aplausos
Teerã, 3 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, retornou na primeira hora desta sexta-feira a Teerã, onde foi recebido com aplausos por vários cidadãos, junto a sua equipe negociadora nas conversas realizadas em Lausanne (Suíça) com o Grupo 5+1.
Zarif, um dos rostos mais visíveis após o pacto alcançado entre o Irã e o 5+1 (Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia, além da Alemanha), que estabelece os princípios para um acordo definitivo que ponha dentro de três meses um fim a 12 anos de conflito pelo projeto nuclear de seu país, voltou a seu país após nove dias de intensas negociações.
Em sua chegada, o ministro avaliou o acordo anunciado ontem à noite e assinalou que as soluções contidas no comunicado apresentado em Lausanne servirão como base para o documento final das negociações nucleares.
Os pontos assinalados no comunicado final de Lausanne “servirão como a plataforma de partida com a qual, pela graça de Deus, as soluções serão concluídas em maio”, acrescentou.
Esse pacto permitiria ao Irã manter um programa nuclear muito reduzido e sob um estrito controle em troca de vários incentivos econômicos e políticos caso cumpra o estipulado.
Apesar de ser tarde da noite no Irã quando esse plano foi anunciado, dezenas de cidadãos iranianos saíram às ruas para festejar.
A imensa maioria dos iranianos desejava algum tipo de acordo com Ocidente e a normalização de suas relações para que as enormes restrições econômicas que pesam sobre o país sejam eliminadas, embora também não quisessem que lhes fosse negado seu direito a possuir e investigar no campo da energia nuclear com fins pacíficos.
Por enquanto, nem o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, a mais alta figura política e religiosa do país, nem o presidente, Hassan Rohani, se pronunciaram sobre este plano.
A expectativa é que hoje, sexta-feira, dia de oração, as autoridades religiosas encarregadas do sermão falem do assunto nuclear, como fazem habitualmente, no que se costuma interpretar como a opinião do influente clero xiita, ao qual pertencem tanto Khamenei como Rohani, em relação às questões políticas. EFE
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