Esplanada das Mesquitas de Jerusalém vive terceiro dia de distúrbios

  • Por Agencia EFE
  • 15/09/2015 12h40
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Jerusalém, 15 set (EFE).- A Esplanada das Mesquitas de Jerusalém foi palco nesta terça-feira do terceiro dia consecutivo de distúrbios depois que cinco policiais ficaram levemente feridos e dois palestinos foram detidos após a entrada das forças de segurança israelenses no recinto sagrado.

Vários jovens palestinos se refugiaram no interior da Mesquita de al Aqsa, cujo acesso foi bloqueado com barras de metal e cordas, e ergueram barricadas de pedras, informou a polícia israelense em comunicado.

A entrada das forças de segurança acabou gerando um enfrentamento com os jovens palestinos que tentavam impedir as visitas de judeus ao complexo. O incidente terminou com pelo menos dois detidos, que atiravam pedras contra os policiais, e cinco agentes ficaram levemente feridos, segundo a nota.

Após os incidentes, a polícia permitiu o acesso de turistas ao recinto com normalidade e a segurança na área foi reforçada.

Na Esplanada das Mesquitas ficam a Cúpula da Rocha e a Mesquita de al Aqsa, o terceiro lugar mais importante na hierarquia do islã, que o chama de Nobre Santuário. O local também é sagrado para a tradição judaica, na qual é conhecido como Monte do Templo, por ser o lugar onde foram erguidos os antigos templos de Jerusalém.

Desde o último domingo, véspera do início do ano novo judaico (Rosh Hashaná), quando milhares de fiéis vão rezar no Muro das Lamentações, situado nas imediações da Esplanada das Mesquitas, enfrentamentos entre forças israelenses e palestinos vêm se sucedendo.

Além disso, as visitas de judeus ao local são frequentes por ocasião desta festividade. Os não muçulmanos podem visitar a Esplanada, mas os judeus estão proibidos de rezar ou exibir símbolos nacionais no local, pois isto pode provocar ainda mais tensão com os muçulmanos.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) acusou ontem a Israel de provocar uma guerra santa global com seus “ataques” ao complexo que abriga a Mesquita de al Aqsa em Jerusalém Oriental, nos territórios palestinos ocupados por Israel desde 1967, e ao interior do próprio templo, como aconteceu no domingo passado.

“Israel está brincando com fogo. Claramente, Israel está criando e aumentando, de forma deliberada, uma situação de instabilidade, insegurança e violência. Dessa maneira, está aumentando seu poder com o uso da força e do controle para proceder com a total anexação e transformação de Al Haram Al Sherif (Nobre Santuário)”, manifestou Hanan Ashrawi, membro da OLP.

“Ao impor sua própria versão de seu conceito de Monte do Templo sobre o terceiro lugar mais sagrado para o islã, Israel não só provoca os palestinos, mas todo o mundo muçulmano”, advertiu Ashrawi.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, a Jordânia, país que administra os lugares santos na Cidade Antiga de Jerusalém Oriental, o Egito e a ONU condenaram a entrada das forças no interior do templo e alertaram sobre o risco que isso representa para o aumento das tensões na região. EFE

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