Estados Unidos executam prisioneiro com lesão cerebral

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2015 02h30

Austin (EUA), 17 mar (EFE).- O estado do Missouri, nos Estados Unidos, executou nesta terça-feira o detento Cecil Clayton, que perdeu 20% do lóbulo frontal em um acidente de trabalho em 1972 e foi condenado à morte pelo assassinato de um policial em 1996.

Clayton, de 74 anos, foi declarado morto às 21h21 (horário local, 23h21 de Brasília), oito minutos após receber a injeção letal, segundo informou o Departamento de Correções do Missouri.

O executado foi condenado à morte pelo assassinato em 1996 de Christopher Castetter, policial do condado de Barry, após uma briga doméstica entre Clayton e sua ex-namorada.

A execução esteve rodeada de polêmica, já que em 1972 o detento sofreu um acidente de trabalho que obrigou os médicos a extrair-lhe 20% do lóbulo frontal.

Segundo sua advogada, Elizabeth Unger Carlyle, a perda de parte do cérebro transformou Clayton em uma pessoa impulsiva e agressiva, já que antes do acidente “estava felizmente casado, construindo uma família e cuidando de seu negócio”.

Além disso, argumentou que Clayton sofria uma incapacidade intelectual por causa desse acidente, motivo pelo qual a Constituição amparava seu direito de não ser executado.

A advogada apresentou três recursos de última hora perante a Suprema Corte dos Estados Unidos para evitar o desenlace fatal, mas todos foram rechaçados após a deliberação dos magistrados, que atrasou em mais de três horas a execução.

“O mundo não é um lugar mais seguro após a execução de Clayton”, disse a advogada em comunicado.

Clayton se transformou assim no segundo preso executado neste ano no Missouri e o décimo em todo o país.

Por outro lado, o Tribunal de Apelações Criminais do Texas suspendeu hoje a execução prevista para amanhã de Randall Mays, que foi condenado à morte pelo assassinato de dois policiais em 2007.

Os magistrados concordaram com uma revisão do caso para determinar se Mays sofre uma incapacidade intelectual e portanto é apto, ou não, para a pena capital, como solicitou sua defesa. EFE

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