Estados Unidos realizam primeira execução desde problema em Oklahoma
Washington, 18 jun (EFE).- As autoridades do estado da Geórgia, no sudeste dos Estados Unidos, realizaram no final da noite de terça-feira a primeira execução no país desde a polêmica aplicação da pena de morte a um condenado em Oklahoma, no centro do país, no final de abril.
Além disso, as autoridades do Missouri, também na região central, executaram outro réu cerca de uma hora mais tarde, já na madrugada desta quarta-feira, depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou os pedidos de clemência nos dois casos.
O preso executado na Geórgia era Marcus Wellons, de 59 anos, que morreu pouco antes da meia-noite de terça-feira em um centro penitenciário da cidade de Jackson, após receber uma injeção letal com uma única droga, informou o jornal local “Atlanta Journal-Constitution”.
Sua execução é a primeira nos EUA desde 29 de abril, quando a aplicação da pena de morte ao condenado Clayton Lockett em Oklahoma se prolongou por 40 minutos após a injeção letal, o que aumentou o sofrimento do réu, que acabou morrendo de ataque cardíaco.
Pouco antes das execuções de hoje, a Suprema Corte negou o pedido de clemência de Wellons e do réu do Missouri, John Winfield, cujos advogados argumentavam que necessitavam de mais informações sobre a combinação de medicamentos que seria utilizada na injeção letal para determinar se estas poderiam causar uma morte indigna a seus clientes.
Wellons, condenado à morte por estuprar e assassinar uma menina em 1989, foi o primeiro executado na Geórgia após a aprovação de uma lei estadual que protege o sigilo em torno das drogas que compõem a injeção letal.
Após os problemas na morte de Lockett, que provocaram uma grande polêmica nacional e reabriram o debate sobre a pena de morte, o presidente Barack Obama ordenou ao secretário de Justiça, Eric Holder, uma “análise” dos métodos com os quais são aplicadas as sentenças.
Cerca de uma hora depois do justiçamento na Geórgia, as autoridades do Missouri executaram Winfield, condenado à morte em 1998 por assassinar sua irmã e outra mulher em um ataque de ciúmes com sua ex-namorada, contra quem disparou e acabou deixando cega em 1996.
Winfield, de 46 anos, também recebeu uma injeção letal com apenas um medicamento.
Durante anos, a maioria dos estados dos EUA utilizavam uma combinação padrão de três remédios para a injeção letal: um anestésico ou barbitúrico, um agente paralisante e um eletrólito que diminuiu o ritmo cardíaco.
Mas esse cenário mudou em 2011, quando a americana Hospira, que fornecia o pentotal sódico (anestésico utilizado pelos 32 estados que aplicavam a pena capital), interrompeu sua produção.
Pouco depois, a Comissão Europeia proibiu a exportação de produtos para a utilização em injeções letais, em sua tentativa de “acabar com a tortura e a pena de morte” no mundo, fechando a alternativa europeia para as prisões americanas.
Desde então, na medida em que os estoques de injeções letais foram se esgotando, os estados testaram novas fórmulas, o que gerou complicações em várias execuções este ano.
Tanto a Geórgia como o Missouri optaram por aprovar leis para a manutenção do sigilo em torno da composição e origem dos medicamentos usados nas injeções letais. EFE
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