Ex-diretor da Petrobras é preso em operação contra lavagem de dinheiro

  • Por Agencia EFE
  • 20/03/2014 17h03

Rio de Janeiro, 20 mar (EFE).- A Polícia Federal deteve nesta quinta-feira um ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras por sua suposta vinculação com uma organização dedicada à lavagem de recursos de procedência ilícita que foi desarticulada nesta semana.

Paulo Roberto Costa, que durante muitos anos foi um dos principais executivos da petrolífera, foi detido em sua residência no Rio de Janeiro e acusado também de destruição de provas, informou a Polícia Federal.

De acordo com os investigadores, familiares do antigo diretor da Petrobras destruíram documentos da empresa de consultoria que o executivo abriu após sua saída da companhia petrolífera e que supostamente o vinculariam com a organização criminosa.

A citada organização, desmontada na segunda-feira em uma operação que terminou com a detenção de 24 pessoas, é acusada de ter lavado cerca de R$ 10 bilhões.

A polícia, que mobilizou cerca de 400 agentes para deter os acusados de integrar a organização, também acusa seus membros de desvio de recursos públicos, evasão de divisas, corrupção, contrabando de pedras preciosas e tráfico de drogas, entre outros delitos.

Os membros da organização são acusados de utilizar lavanderias e postos de abastecimento de combustíveis como fachada para oferecer operações clandestinas de câmbio e de envio de recursos ao exterior.

A detenção do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras acontece no momento em que a polícia, o Congresso e o Ministério Público antecipam investigações por supostas irregularidades na companhia petrolífera estatal.

A empresa é acusada de ter recebido milionárias comissões para favorecer à empresa holandesa SBM Offshore em contratos para o aluguel de plataformas petrolíferas e de ter adquirido uma refinaria no Texas em uma polêmica operação.

A presidente Dilma Rousseff alegou nesta semana em comunicado que foi mal informada quando, em sua condição de ministra da Casa Civil em 2006, autorizou a compra da refinaria no Texas por parte da Petrobras.

A chefe de Estado respaldou então um negócio que hoje é questionado pelas perdas que gerou para Petrobras e investigado em diferentes instâncias por supostas irregularidades.

Paulo Roberto Costa era um dos mais importantes diretores da Petrobras na época em que aconteceram as duas operações investigadas. EFE

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