Ex-diretor da Petrobras volta a ser preso durante operação policial

  • Por Agencia EFE
  • 16/03/2015 10h51
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Rio de Janeiro, 16 mar (EFE).- O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, um dos acusados na investigação por esquema de corrupção da companhia estatal, voltou nesta segunda-feira a ser preso durante uma operação da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro.

Duque foi detido em sua residência no Rio de Janeiro na 10ª fase da operação policial montada durante a investigação sobre o caso da Petrobras e que desta vez cumpre duas ordens de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 12 de busca e apreensão decretados pela Justiça.

A outra ordem de prisão preventiva era contra o empresário Adir Assad, detido também durante a manhã da segunda-feira em sua residência em São Paulo.

O caso é investigado há quase um ano e se refere a uma vasta rede de corrupção enquistada na companhia petrolífera estatal há mais de uma década e que teria se apropriado de vários bilhões de dólares.

Em dezembro, Duque tinha sido detido na sétima fase da operação, mas recebeu um habeas corpus e recuperou a liberdade dias depois.

O nome de Duque foi citado várias vezes durante as declarações à Justiça de três delatores do processo: seu subordinado Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços; Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e Alberto Youssef, empresário acusado de movimentar o dinheiro de subornos em suas casas de câmbio.

Os três disseram que Duque era um dos que recebia diretamente o suborno pago por empresas construtoras e que era depois repartido entre políticos e partidos.

Até agora, a polícia levou à prisão ex-diretores da Petrobras e um grupo de empresários que participavam dos negócios com a estatal.

Segundo as autoridades, os empresários obtinham contratos com a Petrobras, inflavam os preços, repartiam parte dessa diferença com diretores da estatal e o resto distribuíam entre os políticos, que recebiam clandestinamente ou pela via legal, como “doações” para suas campanhas eleitorais.

A Justiça, além disso, investiga mais de 50 políticos que supostamente se beneficiaram do esquema de corrupção.

O Congresso também instaurou uma Comissão Parlamentar de Investigação (TPI), facultada com amplos poderes para convocar testemunhas e aprovar a suspensão do sigilo bancário, fiscal e telefônico de qualquer acusado.

Na operação policial desta segunda-feira participam 40 agentes para cumprir com as 18 ordens da Justiça nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. EFE

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