A parcialidade dos juízes petistas existe
O ministro do STF Dias Toffoli, ex-advogado de campanhas do PT e ex-assistente de José Dirceu na Casa Civil do governo Lula, concedeu habeas corpus de ofício a Dirceu, seu ex-chefe, que, estando solto desde 27 de junho, pôde passar a articular livremente estratégias do PT.
O desembargador plantonista Rogério Favreto, filiado ao PT de 1991 a 2010, nomeado em 2005 por Dirceu como assessor especial de Toffoli na Casa Civil e indicado em 2011 por Dilma Russeff para o TRF-4, mandou soltar Lula no domingo, 8 de julho, acatando pedido de deputados petistas como Paulo Pimenta, à cuja campanha de 2006 Favreto doou 60 reais.
Membro da Segunda Turma do STF, Toffoli, como comentei na semana passada, chegou ao cúmulo da incoerência jurídica ao derrubar a decisão de Sergio Moro de restabelecer a tornolezeira eletrônica de Dirceu, apesar de a própria Segunda Turma ter recomendado a Moro impor a tornozeleira a Dirceu quando o tirou da prisão preventiva em maio de 2017, quando ele ainda nem estava condenado em segunda instância, como está hoje.
Já Favreto, cuja decisão felizmente foi derrubada pelo presidente do TRF-4 Carlos Thompson Flores, chegou ao cúmulo de justificar a soltura de Lula apontando como fato novo a sua pré-candidatura à presidência da República. Ora, se pré-candidatura – condição que juridicamente nem sequer existe – fosse fato novo a justificar a libertação de criminosos condenados, bastaria perguntar na cadeia “Quem é pré-candidato aí?” que todos os presidiários responderiam em coro: “Eeeeeeuuu!”
Ou seja, como escreveu no Twitter o procurador Roberson Pozzobon, da Lava Jato em Curitiba: “bastaria a qualquer dos milhares de condenados no Brasil encontrar um partido para chamar de seu e se dizer candidato para sair da prisão”.
Para o PT, no entanto, “imparciais” são os juízes ligados ao partido, como Toffoli e Favreto, que depois foram indicados por petistas aos tribunais, onde tomaram decisões a favor de petistas. Decisões, claro, manifestamente políticas.
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