Apague o fogo de Marco Aurélio, Carminha
No fim de janeiro, Marco Aurélio Mello disse que a prisão de Lula “poderá incendiar o país”.
Lula completa nesta terça-feira 16 dias preso, e o máximo que vimos foi o MST queimar meia dúzia de pneus para atrapalhar o trânsito nas estradas, o MTST invadir o triplex do Guarujá, militantes petistas agredirem um empresário em frente ao Instituto Lula e parlamentares do PT espernearem após a Justiça vetar visitas ao corrupto e lavador de dinheiro que não sejam aquelas autorizadas aos demais presos, ou seja: de familiares uma vez por semana e de advogados todos os dias.
Marco Aurélio, que liderou a campanha do medo, por acaso viu algo de incendiário vindo do povo brasileiro de fato?
Terá sido incendiário o “boa tarde, Lula” dado por Dilma Rousseff em frente à Superintendência da PF em Curitiba, após orientação de Lindbergh Farias?
Terá sido incendiária Gleisi Hoffmann que, tendo de esconder o PT moribundo por trás de uma bandeira popular, afirmou que a democracia está morrendo no Brasil?
Ora, se alguém está com fogo para reagir à prisão de Lula é o próprio Marco Aurélio, que está pronto para levar “em mesa” (sem necessidade de pauta) a ação do PEN que contesta a prisão após condenação em segunda instância.
A “justificativa”, segundo o jornal Valor, será o requerimento de urgência feito pelo advogado Kakay – mesmo depois de ele ter sido destituído pelo PEN.
A pressão sobre o STF, em especial sobre Cármen Lúcia e Rosa Weber, para que o criminoso condenado pela Lava Jato seja solto aumentou exponencialmente.
Mas não é com incêndio no país, não.
É com atropelo à autoridade da segunda presidente mulher do Supremo e à jurisprudência da Corte.
Apague o fogo de Marco Aurélio, Carminha. Resista, Rosa.
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