E-mails de Odebrecht deveriam ser emoldurados e pendurados no Museu do Lula
O primeiro envolvido na Lava Jato a dizer que Lula sabia de tudo do petrolão foi o doleiro Alberto Youssef, em depoimento revelado na semana da eleição presidencial de 2014.
De lá para cá, vários delatores, como Pedro Corrêa e Delcídio do Amaral, disseram o mesmo.
Os petistas, claro, sempre acusaram cada um deles de mentir para ganhar o benefício de sair da cadeia.
Agora, no entanto, a declaração de que Lula sabia especificamente da conta de propina da Odebrecht destinada a ele é de Marcelo Odebrecht.
Não o Marcelo delator, preso em junho de 2015, mas o Marcelo de 21 junho de 2011, em mensagem de e-mail quatro anos antes de ser preso.
Nela, comenta que só Antônio Palocci, codinome italiano, e o próprio Lula, o amigo de seu pai Emílio Odebrecht, sabiam da existência da conta italiano de propinas.
Referindo-se também a BG, provavelmente o executivo Bernardo Gradin, escreveu Marcelo, orientando o destinatário:
“Quando mencionar ao amigo de BG que o acerto do evento foi com italiano/amigo de meu pai, e não com PT, importante não mencionar nada sobre minha conta corrente com italiano pois só ele e amigo de meu pai sabem”.
Em outra mensagem, de 22 de agosto de 2012, Marcelo Odebrecht, que entregou 64 e-mails à Lava Jato, ainda trata do repasse de 15 milhões de reais para cobrir pedidos de Lula.
É por essas e muitas outras que eu digo:
Os e-mails de Marcelo Odebrecht deveriam ser emoldurados e pendurados no Museu do Lula, como peças (traduzidas em várias línguas) de uma exposição intitulada “Cadê as provas?”.
O Brasil precisa valorizar a história da corrupção nacional. Só assim faremos frente aos museus europeus.
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