Enquanto os brasileiros querem se livrar dos corruptos, o STF tenta livrá-los
Enquanto a maioria dos brasileiros quer se livrar dos corruptos, o STF tenta de todas as formas livrar os corruptos.
Isso ficou claro na farsa encenada na quinta-feira, na sessão de julgamento do pedido de habeas corpus de Lula.
A demora dos ministros em discutir o cabimento do HC e em voltar do intervalo de supostos 10 minutos para o lanche, que se estendeu por 50 minutos; somada à viagem de Marco Aurélio Mello para o Rio de Janeiro que evitou a continuidade da sessão, preparou a cena para o impedimento da prisão do condenado até 4 de abril.
O povo brasileiro trabalha para pagar mais de 33 mil reais a cada um dos 11 ministros do STF, mas a maioria deles ainda achou que seria muito cansativo trabalhar até meia-noite para votar o HC.
Essa gente tem compromisso zero com o país. O compromisso é com a impunidade dos camaradas.
O STF virou o Drive Thru de Lula.
O advogado José Roberto Batochio, na prática, pediu verbalmente: vocês podem garantir a liberdade do meu cliente, até depois que vocês terminarem de curtir suas viagens e o recesso de Páscoa?
Claro, senhor, quer um pedido de vista de sobremesa também?
Sim, obrigado, e mais um sundae de chocolate.
Alexandre de Moraes felizmente disse nunca ter visto na história do Supremo a concessão de uma liminar como a que pediu Batochio.
Pior é que se houver pedido de vista do HC em 4 de abril, não será surpresa se for mantido o impedimento da prisão de Lula.
Como o ordenamento jurídico já foi para o espaço, tampouco será surpresa se Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello, Gilmar Mendes e o próprio Marco Aurélio se revezarem para retardar ao máximo o julgamento do habeas corpus, quem sabe até setembro, quando Toffoli assume a presidência da Corte, pode pautar a ação que Cármen Lúcia se recusou a pautar sobre prisão em segunda instância, e conseguir a alteração da jurisprudência para beneficiar todos os condenados com mais tempo de liberdade, inclusive para fazer campanha eleitoral, como quer Lula.
Já Rosa Weber é a Dilma do STF. É tão perdida e confusa em cada intervenção que, com benevolência, fica até difícil cravar se ela é complacente com a farsa da ala lulista de caso pensado, ou porque tomou aleatoriamente a primeira posição que (mal) conseguiu expressar, a favor da liminar com ketchup, mostarda e maionese.
A posição de Rosa Weber na sessão de quinta, lamentavelmente também seguida por Luiz Fux, não quer necessariamente dizer que ela votará pela concessão do HC de Lula, mas a defesa do petista, incluindo aí a ala lulista do Supremo, ganhou mais duas semanas, no mínimo, para tentar convencer a claudicante ministra a fazer isso.
A Lava Jato ajuda a dissuadir potenciais criminosos de cometer crimes, pelo risco de serem delatados por comparsas e investigados com rigor, e pelo temor de caírem nas mãos de juízes como Sergio Moro e Marcelo Bretas, que não compactuam com a corrupção.
O STF, ao contrário, retira os freios de criminosos garantindo a impunidade e nos mantendo como um dos países mais corruptos do mundo.
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