Felipe Moura Brasil: Bolsonaro apavora o PT
Jair Bolsonaro cresceu 3 pontos em dois dias no Datafolha, subindo de 32 para 35%, contra 22 de Fernando Haddad. Como chegou a 39% dos votos válidos, o candidato do PSL teria de crescer 11 pontos, mais um voto, nos próximos dois dias.
Sua campanha estimava, ou torcia, para que ele tivesse nas urnas 5% de votos envergonhados, ou seja, aqueles não detectados pelas pesquisas.
Faltariam outros 6%, a serem colhidos como voto útil antipetista do eleitorado de candidatos como Geraldo Alckmin, Marina Silva, João Amoêdo, Alvaro Dias e Henrique Meirelles.
De todos eles, só Marina realmente derreteu ao longo de campanha e, mesmo assim, já estagnou novamente em 4%. Os outros têm oscilado pouco, sem maiores sinais de um derretimento que possa beneficiar Bolsonaro na reta final.
Mas a transferência de votos nas últimas horas, em razão do receio desse eleitorado de votar em quem não tem chances, pode ser decisiva a favor do capitão da reserva, que passou a quinta-feira acenando aos nordestinos.Essas são as hipóteses básicas em jogo.
E o PT já teme tanto o crescimento da onda Bolsonaro que o associou a Hitler em vídeo publicado nas redes sociais.
A edição mostra uma série de declarações do deputado misturadas a trechos de discursos do nazista alemão que comandou o extermínio de 6 milhões de judeus.
O vídeo petista se encerra com uma caricatura do penteado e do bigode de Hitler e os dizeres “ele não”.
É o desespero total. Nem a facada em Bolsonaro conteve a demonização.
O poste de um presidiário condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro foi ele próprio denunciado por corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro, e agora precisa fazer o adversário parecer muito pior que qualquer organização criminosa.
Haddad é acusado de ter solicitado e recebido indiretamente vantagem indevida de 2,6 milhões de reais da empreiteira UTC para pagar dívidas da campanha de 2012 para a prefeitura de São Paulo com gráficas.
O criminoso Lula, que comanda da cadeia a campanha presidencial petista, ainda foi alvo ontem de outro pedido do Ministério Público Federal de condenação à prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A ação penal trata das propinas da Odebrecht, que incluem um terreno de 12 milhões de reais para o Instituto Lula e cobertura de 504 mil reais em São Bernardo do Campo.
Segundo os procuradores, o então presidente Lula montou um “esquema criminoso de desvio de recursos públicos” para enriquecer ilicitamente, manter a governabilidade sobre bases espúrias e abastecer campanhas do PT.
Bolsonaro disse que Lula está colhendo o que plantou, que tentou fazer com que o Brasil fosse de um só partido e que, para isso, instituiu o maior esquema de corrupção do mundo.
Nessa toada, se não houver trapalhadas em seu entorno, a tendência é continuar subindo até domingo. E só resta saber o quanto.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.