Felipe Moura Brasil: Certo ou errado, Datafolha dá emoção à reta final

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 26/10/2018 08h54
Tânia Rêgo/Marcelo Camargo/Agência Brasil Serão 48 horas de emoção e vigilância até o resultado final. Separe a pipoca

Os adversários de Jair Bolsonaro, incluindo analistas que subestimaram sua força eleitoral, costumam atribuir sua ascensão no primeiro turno à facada que ele sofreu.

Não seria o caso, por coerência, de atribuir sua queda de 3 pontos na pesquisa do Datafolha divulgada ontem, entre outros fatores, à impossibilidade de fazer campanha de rua pelo país, como tem feito Fernando Haddad, atacando o deputado?

Bolsonaro, em casa, ameaçado, segundo o general Augusto Heleno, de atentado terrorista por uma organização criminosa, caiu 3 pontos, enquanto Haddad subiu 3.

Mas a Folha de S. Paulo, claro, atribuiu a queda de Bolsonaro no levantamento do instituto do mesmo grupo Folha à denúncia do próprio jornal de que empresas bancaram disparos anti-PT de WhatsApp – aquela denúncia sem divulgação de provas.

Embora Bolsonaro ainda tenha uma ampla vantagem de 12 pontos, os petistas publicamente comemoraram o placar de 56 a 44% dos votos válidos.

A dois dias da votação, o problema para o PT é que 52% disseram que não votariam em Haddad de jeito nenhum; e 94%, que estão totalmente decididos a votar em Bolsonaro.

Esses dados, se levados a sério, indicam uma barreira antipetista tão difícil de ser superada que o presidente de outro instituto, o Ibope, Carlos Augusto Montenegro, havia dito que o cenário atual é Bolsonaro eleito, a dúvida é qual vai ser a diferença.

Aspas: “A certeza de votos dos dois candidatos é muito grande, e eles são antagonistas. Só um tsunami poderia fazer um eleitor do Haddad votar em Bolsonaro e vice-versa. Há uma guerra desde o início entre o anti-PT e o PT.” Fecho aspas.

Mas do diretor do Datafolha, Mauro Paulino, que dizia que a classe média é grata a Lula sem que os dados do instituto mostrassem isso, não se espera o mesmo vaticínio.

Até domingo, os petistas vão usar a pesquisa para tentar transformar seu tradicional diabo na hora da eleição em tsunami a favor do poste de Lula, enquanto Bolsonaro, que tinha cobrado foco de seus aliados envolvidos em campanhas estaduais, dizendo que “o engajamento está muito fraco” e “o que está em jogo é a cadeira presidencial”, vai aparecer mais para tentar garantir a vitória.

Serão 48 horas de emoção e vigilância até o resultado final. Separe a pipoca.

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