Felipe Moura Brasil: Foi só Palocci delatar Dilma que Damous já viu um ‘cachorro’ atrás
Dirigentes petistas temem a prisão de Dilma Rousseff.
O temor tem relação com depoimentos inéditos da delação de Antonio Palocci.
Pessoas ligadas ao acordo indicam que os relatos do ex-ministro da Fazenda atingem a petista e aumentariam a possibilidade de uma medida cautelar mais drástica ser aplicada contra ela, que já é ré no processo do “Quadrilhão do PT”.
Resultado: o deputado petista Wadih Damous, em discurso no plenário da Câmara, chamou Palocci de “cachorro” da Lava Jato.
O termo era usado para designar pessoas infiltradas pelos governos militares em organizações clandestinas com o objetivo de espionar e denunciar integrantes.
“A delação premiada é prêmio mesmo. Antônio Palocci, se eu fizer uma analogia com os tempos da ditadura, eu poderia dizer que se trata de um ‘cachorro’ da Lava Jato”.
Pois é. Foi só Palocci delatar Dilma que Damous já viu uma figura oculta, que é um cachorro atrás. Au, au, internautas.
O deputado ainda defendeu que o Congresso imponha “contenção e limites” ao que chama de “abusos” do “poder de Estado”.
O que o braço-direito de Lula chama de abusos, claro, são as descobertas e revelações de crimes petistas pelas autoridades competentes. Tanto que Damous apresentou em 2016 um projeto para alterar a lei de delação premiada e para criminalizar a divulgação do conteúdo dos depoimentos tomados no âmbito dos acordos de colaboração.
Para ele, não basta o projeto de lei que afrouxa a punição a crimes de colarinho branco – PL criticado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e pelo futuro ministro da Justiça, Sergio Moro. Damous quer que o Congresso barre os avanços da Lava Jato sobre o PT, afinal foi para isso que Lula fez do então suplente um deputado titular.
Mas, felizmente, a Lava Jato e outras operações têm resistido aos incontidos e ilimitados esperneios petistas.
Tic-tac, Dilma, tic-tac.
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