Felipe Moura Brasil: Votação de Bolsonaro é choque de realidade na imprensa

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 08/10/2018 05h46 - Atualizado em 08/10/2018 10h35
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Wilton Junior/Estadão Conteúdo Jornalistas andam se espantando tanto com a realidade nos últimos anos, ou se adaptando tardiamente a ela, que talvez seja o caso de visitá-la com maior frequência

Há mais de um ano, ou até algumas semanas atrás, dizer que Jair Bolsonaro não ia desidratar no primeiro turno era torcida.

Que ele representava mais o antipetismo que seus adversários era torcida.

Que ele mostrava contra corruptos e bandidos a firmeza faltante no PSDB era torcida.

Que ele vocalizava posições conservadoras, especialmente em matéria de costumes, predominantes na população brasileira era torcida.

Que ele conseguia se comunicar com o povão em linguagem simples e direta era torcida.

Que o eleitorado não era movido pelas mesmas predisposições da classe jornalística, sempre indignada com suas declarações politicamente incorretas, era torcida.

Que chamá-lo de extremista, fascista, nazista, Hitler e ameaça à democracia só o fortalecia, porque a demonização dilui e enfraquece as críticas legítimas, era torcida.

E por aí vai.

Agora que Bolsonaro chegou ao segundo turno com pouco mais de 46% dos votos, contra os pouco mais de 29% de Fernando Haddad, e Alckmin teve míseros 4,76% dos votos, tudo isso, ou quase tudo, virou análise, quando não um grande espanto.

Jornalistas andam se espantando tanto com a realidade nos últimos anos, ou se adaptando tardiamente a ela, que talvez seja o caso de visitá-la com maior frequência.

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