Gleisi Hoffmann falava em causa própria

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2017 13h44
Reprodução Gleisi propõe uma “autocrítica”, mas, em vez de reconhecer os crimes cometidos, ela os chamava apenas de “erros”

A conclusão da Polícia Federal de que a senadora Gleisi Hoffmann cometeu crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro na campanha ao Senado em 2014 confirma, na prática, que a presidente do PT falava em causa própria em maio de 2016 quando tentou minimizar crimes eleitorais cometidos por petistas. Em entrevista ao UOL, na ocasião, Gleisi disse:

“Usos do PT que foram de certa forma denunciados ou com inquéritos abertos, ou mesmo que estão presos, o estão não por desvios de recursos para contas particulares na Suíça, não por desvio de recursos para compra de bens, não por desvio de recursos para propina, para distribuir dinheiro. Todos estão envolvidos com o processo eleitoral”, afirmou.

Em primeiro lugar, já estavam abertos os inquéritos contra Lula nos casos do sítio e do triplex, pelos quais ele era investigado por lavagem de dinheiro e propina, ao contrário do que dizia Gleisi.

Em segundo lugar, sua tentativa de tornar a fraude da democracia menos grave que o enriquecimento ilícito é sintomática de uma senadora que defende o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

“Mas é importante fazer essa diferença”.

Essa distinção remete à velha mentalidade petista que se escancarou com Celso Daniel, o ex-prefeito de Santo André que topava desviar recursos para o PT, mas se revoltou ao descobrir que seus comparsas no esquema da prefeitura estavam roubando para colocar dinheiro no bolso também. Roubar para o partido, ele aceitava. Roubar para si, não. Curiosamente, acabou assassinado, inaugurando uma fila de oito cadáveres ligados ao caso.

Outra fala de Gleisi: “Aí o partido tem que fazer realmente uma autocrítica. Por que antes nós não propusemos uma reforma eleitoral? Por que antes nós não brigamos para não ter financiamento privado de campanha?”

Gleisi propõe uma “autocrítica”, mas, em vez de reconhecer os crimes cometidos, ela os chamava apenas de “erros” e mencionava apenas as medidas políticas que não gaviam sido tomados para evita-los.

É o velho e sorrateiro método do PT, de justificar os próprios crimes.

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