Intervenção nas fronteiras já deveria estar em andamento nos governos omissos do PT

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 19/02/2018 07h50 - Atualizado em 19/02/2018 08h51
EFE Este deveria ser o tema mais debatido do país, não só agora em ano eleitoral, quando a insegurança pública vira motivo de preocupação em Brasília

Vou repetir o bordão que sempre uso quando toco nesse assunto.

Tema mais debatido em Israel: fronteira.
Tema mais debatido na Europa: fronteira.
Tema mais debatido nos Estados Unidos: fronteira.
Tema mais debatido no Brasil: besteira.

Hoje vivemos no país a consequência da indiferença a esse tema.

O Globo noticiou que o PCC contrabandeia armas e drogas de traficantes venezuelanos pela fronteira de 1.403 quilômetros que separa o Norte de Roraima da Venezuela – lá por onde também passam os refugiados da ditadura de Nicolás Maduro. Em conversas interceptadas, criminosos citam inclusive o fuzil AK-47, usado pelas Farc.

O Estadão mostrou que o uso de fuzis por criminosos no Rio e em São Paulo quase dobrou nos últimos cinco anos, enquanto apreensões de todos os tipos de armas feitas pela PF nas fronteiras caíram quase 61% em 2017 em comparação com 2013.

Resultado: aumentam as apreensões feitas por polícias estaduais, que encontram os fuzis fabricados no exterior já com as quadrilhas locais.

No Rio, as Polícias Civil e Militar apreenderam no ano passado 499 fuzis – um recorde.

Sobre a intervenção federal no Estado, pelo menos alguns políticos falaram o óbvio ao Globo, como o governador de Rondônia, Confúcio Moura, do MDB.

“Essa intervenção é uma atitude última para dar uma resposta imediata à situação. Mas não resolve, porque o Rio de Janeiro é apenas o efeito. A causa está nas fronteiras brasileiras, na ausência da presença do Estado nessa extensa fronteira. Se o governo não encarar o problema real, o resultado vai ser decepcionante.”

Segundo Confúcio Moura, só duas bases fazem o patrulhamento de mais de 1,2 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia.

“Estamos completamente desguarnecidos. Há circulação livre de barcos para lá e para cá. Precisamos descontingenciar recursos para botar as Forças Armadas nas fronteiras”.

O governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), foi na mesma linha: “Não adianta combater o problema da droga nos morros do Rio e nos grandes centros, se não blindarmos as nossas fronteiras”.

Não está claro ainda como será a intervenção no Rio, e até o momento os bandidos parecem mais organizados que os interventores, mas é cedo para ser contra a medida.

A intervenção nas fronteiras, no entanto, já deveria estar em andamento nos governos omissos do PT e ser o tema mais debatido do país, não só agora em ano eleitoral, quando a insegurança pública vira motivo de preocupação em Brasília.

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