O esperneio é para todos, Lula

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 30/01/2018 10h25
Reprodução Lula reclama no Facebook O esperneio é para todos os condenados, mas, assim como aquele do ano passado sobre a pipoca de Moro, esse de agora obviamente não vai dar em nada

Em outubro do ano passado, a defesa de Lula protocolou um documento no comitê de direitos humanos na ONU contra o modo de atuação da Justiça nos casos que envolvem o petista.

Os advogados anexaram fotos da aparição do juiz Sérgio Moro no lançamento do filme “Polícia Federal, a Lei é para Todos” em agosto.

A queixa continha imagens de Moro entrando no cinema por um tapete vermelho e comendo pipoca. E a alegação era de que um juiz que conduz um processo sem decisão final não poderia ter comparecido à estreia de um filme que, segundo os advogados, “viola a presunção de inocência” do réu.

O filme, baseado nas investigações da Lava Jato, obviamente não violavam a presunção de inocência de ninguém. Aparentemente, Lula era quem queria violar o direito de Moro de ir e vir ao cinema comer pipoca.

Mas, como comentei na ocasião, a pipoca é para todos, Lula.

Agora, quase quatro meses depois, a defesa de Lula diz que vai denunciar novamente na ONU o que chama de perseguição judicial contra o ex-presidente.

Os advogados do petista alegam que existe um “Estado de exceção” no Brasil e também vão reclamar da postura de – adivinhe quem – Sérgio Moro, claro.

Isso explica a iniciativa do condenado de levar o advogado australiano Geoffrey Robertson para o julgamento na última quarta-feira, 24 de janeiro, no TRF-4.

O desembargador Leandro Paulsen havia autorizado a presença de Robertson na sala justamente porque, embora “não esteja habilitado para representar o réu na Justiça brasileira”, o australiano representa Lula em “assunto relacionado” na ONU.

Curiosamente, no entanto, Robertson, que parece uma mistura de Mick Jagger com Donald Trump, foi flagrado dormindo no julgamento exatamente durante a intervenção do advogado de Lula no caso do tríplex, Cristiano Zanin Martins.

Nada mais emblemático da falta de substância das alegações jurídicas de Lula que um advogado estrangeiro que dormiu durante a própria defesa do petista recorra à ONU contra a decisão dos desembargadores que, coitados, não puderam tirar um cochilo durante a embromação de Zanin.

E Robertson ainda teve a cara de pau de dizer: “Ninguém estava ouvindo a defesa, pois os juízes já tinham seus votos escritos.”

Ninguém mesmo. Tanto que ele dormiu.

O esperneio é para todos os condenados, mas, assim como aquele do ano passado sobre a pipoca de Moro, esse de agora obviamente não vai dar em nada.

Com sorte, o máximo que vai conseguir é fazer os membros da ONU dormirem também.

Confira o comentário completo de Felipe Moura Brasil:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.