Prisão iminente de Lula acelera golpe no STF
A segunda presidente mulher do STF está sob ataque de ministros, advogados, parlamentares e militantes que querem salvar Lula e enterrar a Lava Jato.
Nessa hora, no entanto, Cármen Lúcia não é mulher.
É apenas um obstáculo no caminho da impunidade que precisa ser removido ou atropelado.
As feministas estão caladinhas. Só berram quando é politicamente conveniente.
As parlamentares mulheres, como Gleisi Hoffmann, cuja condenação já foi pedida pela PGR, estão mais preocupadas com seus próprios futuros e dos seus pares.
Já os advogados de bandidos pressionam ministros do Supremo para alterar a decisão de outubro de 2016 que estabeleceu a possibilidade de execução da pena após condenação em segunda instância.
Não sei se seus clientes garantem a eles bônus nos honorários caso consigam convencer os ministros a alterar a jurisprudência da Corte. Mas quanto mais instâncias houver antes da prisão, mais os advogados podem ganhar dinheiro com a apresentação de recursos, de modo que não só aqueles com clientes envolvidos na Lava Jato e em outras operações fazem parte do movimento, mas todos aqueles que escolheram o corporativismo da categoria, pensando nas oportunidades financeiras que terão.
Lamentavelmente, há pessoas comuns e jornalistas até mesmo favoráveis à prisão de Lula que caíram no papo dos interessados e pregam, em nome da “segurança jurídica”, a rediscussão do tema da prisão em segunda instância.
Mas adiar a execução da pena para depois de decisão do STJ (como quer Dias Toffoli), sem que ministros do STF percam a prerrogativa de conceder Habeas Corpus por motivos diversos, não traz mais segurança.
Só mais tempo de liberdade a bandidos.
É disso que Lula precisa também para fortalecer a campanha eleitoral do PT e aguardar o início do mandato do seu próprio indicado Toffoli, que passa a presidir o STF em setembro em lugar de Carminha, aumentando as chances do condenado de ser beneficiado com alguma manobra.
A prisão iminente de Lula acelerou a articulação do golpe no Supremo para salvá-lo da cadeia.
Celso de Mello se tornou o líder desse movimento. Marco Aurélio Mello indicou que uma questão de ordem poderá ser apresentada no plenário da Corte para que Carminha defina uma data para o julgamento das ações sobre o momento de execução da pena.
Os Mellos parecem dispostos a melar a prisão do condenado, constrangendo a segunda presidente mulher do STF, que, apoiada pelo povo, ainda resiste.
Última chance para as feministas saírem desse silêncio lulista.
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