Se a estratégia da equipe de Alckmin é evitar a decolagem de candidatura, está dando certo
Líder nas recentes pesquisas de intenções de voto, Jair Bolsonaro, mesmo sem um marqueteiro oficial, lidera também o ranking de influência dos presidenciáveis no Facebook, enquanto Geraldo Alckmin aparece em 11º lugar, segundo levantamento da FSB.
Na próxima semana, o deputado e pré-candidato do PSL tenta capitalizar essa influência, lançando sua vaquinha virtual, com a qual espera arrecadar R$ 15 milhões para a campanha à presidência da República.
As doações, numa primeira etapa, serão direcionadas ao partido e, a partir de agosto, Bolsonaro, que ainda não tem marqueteiro, já poderá receber o dinheiro no CNPJ da campanha.
Enquanto isso, Alckmin tenta polarizar com ele nas redes sociais da maneira mais atabalhoada possível.
A página do PSDB postou ontem um vídeo da chegada do ex-governador ao aeroporto de Brasília, no qual aparecem poucas dezenas de militantes gritando em coro “Brasil pra frente, Geraldo Presidente”.
A recepção a Alckmin soou muito menos espontânea e calorosa que as que Bolsonaro há meses vem tendo de milhares de fãs nos aeroportos do país.
Para piorar, enquanto Bolsonaro simplesmente publica vídeos avisando qual será sua próxima cidade de destino, dirigentes tucanos de fato convocaram por WhatsApp a militância do partido para trazer sua boa energia e o maior número de pessoas, a fim de mostrar que o ex-governador, estagnado nas pesquisas, não está sozinho.
O tiro, claro, saiu pela culatra.
O PSDB, em vez de valorizar o perfil de gestor com experiência administrativa no Poder Executivo de seu candidato, tentou jogar no terreno do adversário e apenas evidenciou que Alckmin não é um líder popular e carismático de massas como Bolsonaro.
De quebra, Alckmin foi flagrado embarcando no aeroporto de Brasília para voltar para São Paulo, quando só estava acompanhado do deputado Sílvio Torres. Sem a claque tucana, a foto indica que o ex-governador é ignorado pelos demais passageiros.
Como se não bastasse, Alckmin ainda publicou um vídeo no Twitter com declarações intercaladas de cinco deputados do PSDB em apoio à sua candidatura, entre eles o agora tucano Waldir Maranhão, que, à época no PP, quase melou o impeachment de Dilma Rousseff.
“O Brasil precisa do Geraldo. O futuro está na consciência de cada brasileiro”, diz “El Bigodón”, com sua notória dificuldade de articulação verbal.
Se a estratégia da equipe de Alckmin é evitar a decolagem de sua candidatura, sem dúvida está dando certo.
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