Se Alckmin continuar com estratégia de jogar parado, sua candidatura será engolida

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 01/03/2018 08h08 - Atualizado em 01/03/2018 09h19
Secom Ou o governador abandona a estratégia de jogar parado e parte pra cima, ou sua candidatura será engolida pelos adversários

Geraldo Alckmin está atrás de Jair Bolsonaro no estado de São Paulo, reduto eleitoral do governador, e de Álvaro Dias na região Sul, tradicional segmento tucano, de acordo com as recentes pesquisas do Instituto Paraná e do Datafolha, respectivamente.

É verdade que o desgaste nacional sofrido pelo PSDB no episódio de Aécio Neves com Joesley Batista e em decorrência do apoio do partido ao governo de Michel Temer reverberou entre o eleitorado de classe média com curso superior, que em boa parte migrou para outros pré-candidatos considerados de direita ou centro.

Mas a migração não ocorreu sem a responsabilidade de Alckmin, ao menos em termos de estratégia de marketing e posicionamento políticos.

Enquanto o governador priorizava emprego e renda em seus discursos, Bolsonaro empunhava praticamente sozinho a bandeira da Segurança Pública que o governo de Michel Temer agora tenta tomar para si com a intervenção federal no Rio de Janeiro, inicialmente criticada pelo deputado pelas condições de insegurança jurídica na atuação das Forças Armadas.

Enquanto Alckmin dava discursos genéricos sobre as questões éticas, Álvaro Dias defendia a proposta de emenda constitucional, de sua autoria, que acaba com o foro privilegiado para autoridades como parlamentares, ministros e governadores em caso de crimes comuns.

Pior: enquanto Alckmin dizia que Lula será condenado nas urnas, passando mais uma vez a impressão de rabo preso do PSDB, Bolsonaro e Dias pregavam abertamente a necessidade e a importância da condenação do petista pela Justiça.

Diante deste cenário, Alckmin finalmente começou nesta semana, pelo menos, a propagandear os bons resultados de São Paulo na área de Segurança, apontando a queda em janeiro no número de homicídios, latrocínios e roubos.

É o mínimo que ele precisa fazer, e certamente com mais entusiasmo.

Porque ou o governador abandona a estratégia de jogar parado e parte pra cima, ou sua candidatura será engolida pelos adversários.

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