Segunda Turma do STF é imprestável; resta que TSE seja o “tribunal da democracia”

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 20/06/2018 10h20
Ricardo Stuckert/Instituto Lula Ricardo Stuckert/Instituto Lula Era óbvio que Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, indicados pelo PT, e Gilmar Mendes, atualmente aliado do PT, aliviariam integralmente a barra de Gleisi

A senadora petista Gleisi Hoffmann, “expoente de seu partido político, locupletou-se dolosamente de todo um esquema de ilegalidades praticados na Petrobras e, também por isso, deixou de cumprir com seu dever de fiscalização”.

Isso era o que havia afirmado a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao STF ao reforçar o pedido de condenação da presidente do PT, de seu marido Paulo Bernardo e do empresário Ernesto Kugler na Lava Jato.

Ontem, no entanto, o relator da Lava Jato no STF Edson Fachin – em tese seguida pelo decano Celso de Mello – votou pela absolvição de Gleisi dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, enquadrando-a apenas no de “caixa 2”.

Fachin admitiu o repasse de R$ 1 milhão (por fora) para a campanha da petista ao Senado em 2010, com autorização de Paulo Roberto Costa.

A origem do dinheiro, portanto, é a Petrobras. E dinheiro público desviado para campanha política não é um simples crime eleitoral.

Mas se Fachin e Mello já aliviaram a barra de Gleisi até a metade do caminho, era óbvio que Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, indicados pelo PT, e Gilmar Mendes, atualmente aliado do PT, aliviariam integralmente a barra de Gleisi.

E assim o fizeram, porque, nas palavras de Lewandowski, “as provas nos autos são completamente imprestáveis para sustentar qualquer acusação”.

No próximo dia 26, uma semana após absolver Gleisi, essa mesma Segunda Turma imprestável para prender ou manter presos políticos que se locupletam de ilegalidades nas estatais julgará um pedido de liberdade do corrupto e lavador de dinheiro Lula, podendo suspender sua condenação no caso do triplex e recolocá-lo na rua durante a Copa do Mundo e também na disputa eleitoral.

A ministra Rosa Weber, que não é da Segunda, mas da Primeira Turma do STF, foi eleita ontem presidente do Tribunal Superior Eleitoral e afirmou o seguinte: “Expresso a enorme honra de ser eleita presidente desse tribunal, que leva o nome de tribunal da democracia.”

Para que o TSE faça jus a esse segundo nome, convém que Rosa Weber e seu vice Luís Roberto Barroso tenham em mente desde já: eleição com corrupto e lavador de dinheiro eventualmente solto com ajuda de dois ministros que ele próprio indicou é fraude à democracia, assim como se eleger com dinheiro roubado da Petrobras.

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